Empresária relata que o conceito de 'não lugar' sempre a acompanhou

A empresária Rafaela Santana relembrou sua trajetória e disse que desafiou um mercado que não foi construído para negros

Durante sua participação como painelista no evento Histórias de Consciência: mulheres em movimento, a empresária e administradora Rafaela Santana relembrou sua trajetória. “A minha história começa com minha mãe, uma mulher negra, vindo para Brasília. Eu fui criada com um pacto feito com minha mãe em que eu estudava e ela trabalhava“, recordou.

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A painelista traça um paralelo da vida dela com o filme A que horas ela volta?, estrelado por Regina Casé. “Até sair de casa para casar, vivi muito tempo em uma casa na Asa Sul como a filha da empregada. O conceito de 'não lugar' sempre esteve presente”, afirmou.

Após anos de estudos, ela se tornou gerente em uma multinacional. Essa experiência a fez refletir muito, porque ela era a única mulher negra da equipe, sobretudo, em um cargo de liderança. “O sentimento que eu tinha de ser a única mulher negra em uma equipe de 60 pessoas era que eu estava suja no ambiente”, ressaltou.

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Nesse momento de incerteza, o pacto com sua mãe a motivou a seguir em frente. “Eu fui obstinada a fazer o que eu fui treinada a fazer por uma mulher analfabeta. Eu desafiei um mercado que não foi construído para nós”, pontuou.

CB.Debate

O Correio Braziliense realiza, nesta quarta-feira (19/11), a partir das 14h, o evento Histórias de consciência: mulheres em movimento, com o objetivo de ampliar a valorização do protagonismo de mulheres negras. O evento está sendo transmitido ao vivo pelo YouTube.

Assista à transmissão ao vivo: 

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