Joice Marques, gestora da Casa Akotirene contou no CB Debate - Histórias de Consciência: mulheres em movimento desta quarta-feira (19/11), sobre sua trajetória, que a motivou a ocupar um local que, antes, não sabia que pertencia.
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“Minha mãe cuidou de cinco filhos sozinha. Viemos do Piauí para o Distrito Federal, pois ela buscava melhores condições de vida”, contou. Na infância e adolescência, Joice cresceu na periferia, presenciando situações diversas de discriminação e violência racial. Quando jovem, teve a oportunidade de conhecer diversas mulheres que a inspiraram: “Foi nesse momento que consegui me ver, pois fui ensinada a seguir o fluxo, não a dar novos passos”.
A gestora foi mãe solo com 16 anos e, ao conhecer mulheres na mesma situação, teve esperanças. “Eu tinha um trabalho estável, em que meu filho se sentia seguro e tive a honra de construir junto com as mulheres do Distrito Federal o segundo Encontro Nacional de Mulheres Negras, em Goiânia, que reuniu cerca de 2000 mulheres negras de todo o Brasil”, revelou.
Após o evento ela percebeu que trabalhar atrás de telas ajudando a construir os sonhos de outras pessoas não era para ela, pois também tinha metas que buscava cumprir. “Pedi demissão do meu trabalho e chamei algumas parceiras de luta para ocupar o espaço e resistir nesse espaço. Foi quando começou a história da Casa Akotirene”, contou.
“Nos entendemos como quilombo urbano, pela quantidade de corpos negros que passava por aquele espaço, criança, jovem, adolescente, pessoas adultas, idosos. A casa foi ganhando força, muita proporção, realmente”, destacou.
O Correio Braziliense realizou, nesta quarta-feira (19/11), a partir das 14h, o evento Histórias de consciência: mulheres em movimento, com o objetivo de ampliar a valorização do protagonismo de mulheres negras.
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