
Exames preliminares do corpo de Maria de Lourdes, vítima de feminicídio no 1º Regimento de Cavalaria de Guarda (RCG) na última sexta-feira (5/12), apontaram que a cabo foi atingida por dois golpes de faca no pescoço, ambos fatais. Os peritos também identificaram uma lesão na região abdominal, compatível com um soco ou ajoelhada. O laudo preliminar indica ainda que a militar já estava morta antes do incêndio ser iniciado.
O feminicídio ocorreu na tarde de sexta-feira, próximo às 16h, quando o local onde os instrumentos musicais da banda do 1º RCG foi alvo de um incêndio. O corpo de Maria de Lourdes foi encontrado pelo Corpo de Bombeiros (CBMDF) durante o resfriamento do local. Quando encontrada, a militar apresentava um corte profundo no pescoço.
Após o crime, Kelvin Barros da Silva, autor do crime, fugiu em direção ao Paranoá. Capturado pouco tempo depois por agentes da 2ª Delegacia de Polícia (Asa Norte), responsável pelo caso, o suspeito foi preso e confessou o crime na delegacia. De acordo com o delegado Paulo Noritika, que está à frente da investigação, ele apresentou cinco versões sucessivas e contraditórias. Em uma, negou o crime. Em outra, confessou, mas prestou relatos incompatíveis entre si.
Disse que o crime teria ocorrido após uma discussão motivada por um suposto relacionamento e que a vítima teria exigido que ele terminasse com a namorada e assumisse a relação com ela. À reportagem, a família negou qualquer envolvimento dos dois e acredita que o cargo ocupado pela jovem na Fanfarra do 1º RGC teria motivado o assassinato.
A advogada criminalista Leila Santiago, representante da família da vítima e assistente à acusação, levantou a hipótese ao Correio que Kelvin poderia ter tentado algum tipo de investida ou aproximação indevida, diferente do relatado por ele à polícia. “É possível que ele tenha recebido um “não” como resposta, uma vez que há comentários de que era um comportamento comum do Kelvin, algo coerente com a postura séria e focada da vítima, sempre dedicada aos estudos e às suas funções militares”, destacou a advogada.
Kelvin foi autuado por feminicídio, furto de arma de fogo, incêndio e fraude processual. A família aguarda o resultado oficial do exame de corpo de delito, realizado pelo Instituto Médico Legal (IML), para providenciar o sepultamento.
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