CB.Poder

Diretor técnico da Terracap detalha projetos de novos centros urbanos no DF

Executivo comenta a aprovação urbanística do Setor Jockey Clube e o novo centro urbano do Jardim Botânico, com estudos ambientais avançados. Ideia é que regiões atraiam atividades, evitando que a população se desloque para o Plano Piloto

CB.Poder entrevista Hamilton Lourenço, diretor técnico da Terracap  -  (crédito:  Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
CB.Poder entrevista Hamilton Lourenço, diretor técnico da Terracap - (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

O diretor técnico da Terracap, Hamilton Lourenço, foi o entrevistado dessa terça-feira (9/12) do CB.Poder — parceria entre o Correio e a TV Brasília — e detalhou projetos de expansão urbana do Distrito Federal, como a construção do centro urbano do Jardim Botânico e o Setor Jockey Clube. Ele explicou às jornalistas Adriana Bernardes e Mariana Niederauer que as duas iniciativas procuram aproximar as populações de novos centros comerciais, de forma que não precisem se locomover para o Plano Piloto diariamente. O diretor também comentou sobre o Drenar DF, que combate alagamentos na Asa Norte, e sobre obras novas no Parque Burle Marx, que deve receber um velódromo de padrão internacional.

Fique por dentro das notícias que importam para você!

SIGA O CORREIO BRAZILIENSE NOGoogle Discover IconGoogle Discover SIGA O CB NOGoogle Discover IconGoogle Discover

A expectativa é que haja um novo centro urbano no Jardim Botânico, na região do Tororó. Fale um pouco sobre ele.

É um projeto grande da Terracap, após o Mangueiral e a Papuda, onde tem um entroncamento de rodovias. É uma região grande, de mais de 400 hectares, que nunca foi ocupada, e nós estamos desenvolvendo esse projeto para uma área urbana. Já houve a audiência pública, o projeto ambiental, e os estudos ambientais já estão bem avançados. Atualmente, está em processo de aprovação no conselho de meio ambiente e, depois disso, nós teremos a emissão da licença prévia pelo Ibram. São 1.000 lotes, com a maior parte para edifícios mistos, de comércio e residência. Tendo a licença, no começo de 2026, poderemos levar para o conselho de planejamento urbano e já teríamos o projeto aprovado para registro no cartório. A população lá é estimada em 98 mil a 100 mil pessoas, um número grande. 

Essa região sofre com problemas de mobilidade e equipamentos públicos, e é bem saturada também. O que o governo está fazendo para que esse adensamento não agrave a situação?

Temos que entender que essas pessoas não chegam do dia para a noite. Essa população estimada deve ser atingida em 15 anos. Então, há um tempo para que todas as ações de mitigação possam ser implementadas. Hoje, nós temos vários estudos de trânsito sendo feitos. A Terracap contratou para o cálculo de tráfego, individual e de transporte público. Mas é importante entender que esse projeto do Tororó é, na verdade, um centro urbano. Ele é uma atração de tráfego, não vai irradiar tráfego, ele vai chamar o movimento para ele. Então, a ideia é que a gente atraia o trânsito para esse local e que esse público não tenha que se deslocar até o Plano Piloto ou o Lago Sul para ter os serviços. 

E os imóveis serão em que padrão: classe média ou classe média alta?

Eu considero classe média. É claro que é o empreendedor que vai comprar o lote, seja para uma residência unifamiliar, seja para construir um prédio. Ele é que define o produto, mas a gente entende que é um padrão de classe média, que é o padrão do bairro, do setor do Jardim Botânico.

Vamos falar agora do Setor Jockey Clube. Quando ele vai começar a sair do papel?

O Setor Jockey Clube já está aprovado. Nós já temos o urbanístico aprovado, o licenciamento ambiental também, com licenciamento de instalação, e estamos numa fase de registro cartorial. Há uma discussão no cartório para conseguirmos registrar os lotes. A Terracap tem que vencer essa situação no cartório. Depois, registram-se os lotes e, a partir daí, eles passam a ser vendidos para as empresas ou para quem queira comprar. Os projetos de infraestrutura também já estão todos prontos e aprovados.

E quais são as características desse bairro, a localização e como vai ser a configuração desses prédios?

É onde antigamente existia o Jockey Clube propriamente dito. A gente está até preservando a pista do Jockey, como uma forma cultural de significação, e de manter essa memória. O bairro é todo de lotes para edifícios, que podem ser comércios e residências, ou só comércios. São previstas 50.000 pessoas e 260 lotes, aproximadamente. São prédios altos, mas que guardam uma boa distância entre eles. As alturas são variadas. No centro do bairro, os prédios têm aproximadamente 54 metros de altura, o que dá uns 19 andares. É claro que isso é um limite. Quem comprar pode desenvolver o seu projeto do jeito que achar melhor.

No Tororó, o perfil dos futuros moradores é de classe média. No Jockey também?

Também entendo que sim. É um perfil bem de Águas Claras, Guará e Vicente Pires. A gente entende como classe média. De novo, quem comprar e fazer o seu empreendimento é que vai apontar isso. 

Qual vai ser o impacto de 50 mil pessoas nesse bairro, que pega a Estrutural e EPTG, vias que estão completamente saturadas? Como o trânsito vai escoar?

A resposta é muito parecida com a do Tororó. É um bairro organizado, pensado, estudado. Nós já temos os estudos de tráfego concluídos. Assinamos, recentemente, um convênio com o DRT para estudar as mitigações que precisam ser feitas na Estrutural. E, de novo, que nem o Tororó, a gente entende que é um bairro que vai atrair mais tráfego do que irradiar o tráfego.

A gente teve uma obra grande do Drenar DF na Asa Norte e agora começamos a temporada de chuvas. Na avaliação do governo, essa obra resolveu o problema de alagamentos na região? 

O Drenar DF é o programa de drenagem pluvial urbana mais amplo do Distrito Federal. Está a cargo da Terracap a parte da Asa Norte. Ela pega desde o Eixo Monumental até as quadras finais 4 e 5 da Asa Norte. E desde o estádio e o autódromo até a L4. Esse sistema do Drenar está concluído e é um sucesso, totalmente operacional.

E quais são as novidades do Parque Burle Marx?

O Parque Burle Marx ficou muito tempo parado e, neste governo, a gente conseguiu fazer dois espaços de lazer que já estão funcionando. A gente conseguiu aprovar no Conselho gestor do Parque Burle Marx uma ocupação no parque. Então, a parte norte vai ser mais preservada, a parte sul nós vamos ter uma ocupação um pouco mais de parque, calçada, ciclovias, trilhas rústicas, outros espaços de lazer e cultura. Estamos desenvolvendo, também, um velódromo de padrão internacional. Esse projeto já está no Ibram para ser aprovado. Aguardamos essas aprovações para já começarmos as obras.

*Estagiário sob a supervisão de Tharsila Prates

 

 

  • Google Discover Icon
postado em 11/12/2025 05:00
x