Organização criminosa

Falsos fornecedores de multinacional enganam bancos e dão prejuízo de R$ 88 milhões

Operação esteve em 20 endereços no DF e em três estados para cumprir mandados de busca e apreensão

Operação cumpriu 20 mandados de busca -  (crédito: PCDF/Divulgação)
Operação cumpriu 20 mandados de busca - (crédito: PCDF/Divulgação)

Uma operação conjunta entre as Polícias Civis de Santa Catarina, Distrito Federal, São Paulo, Pará e Maranhão desarticulou uma organização criminosa especializada em fraude e lavagem de dinheiro. A polícia descobriu que criminosos se passavam por fornecedores de uma multinacional brasileira, pediam dinheiro antecipado aos bancos e, depois, lavavam os recursos para dificultar o rastreamento. O prejuízo chega a R$ 88 milhões.

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Na manhã desta quarta-feira (10/12), as equipes cumpriram 20 mandados de busca e apreensão na capital federal — nas cidades do Gama, Águas Claras, Ceilândia e Plano Piloto —, no Pará, no Maranhão e em São Paulo. No DF, a operação contou com o apoio da Delegacia Especial de Repressão ao Crimes Cibernéticos do DF, ligada ao Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (DRCC/Decor).

Segundo as investigações, o esquema funcionava da seguinte maneira: em uma plataforma de intermediação e antecipação, o grupo criminoso utilizava cadastros falsos de fornecedores legítimos da multinacional. Com a “identidade” falsa, apresentavam o interesse em receber o dinheiro da organização e pediam milhões aos bancos parceiros. A ação, com fornecedores reais, é comum e legal.

Nesse caso, com a farsa, os criminosos conseguiram saquear R$ 88 milhões das instituições financeiras parceiras do banco, informou a polícia. “O grupo não se limitava à fraude inicial, mas operava um complexo esquema de lavagem de dinheiro. Foram identificados padrões típicos de ocultação de valores, como o uso de laranjas, bem como empresas de fachada, mas sem a correspondência operacional ou física compatível com os altos volumes movimentados”, detalhou o delegado João Guilherme, chefe da DRCC. A tática, segundo ele, era para esconder a origem criminosa.

Ação

A polícia desconfiou que, em um dos casos, um investigado chegou a depositar mais de um R$ 1,5 milhão em dinheiro em um único dia, em várias transações, em contas de suas empresas.

A investigação apontou ainda o perfil do bando. Faziam parte do rol pessoas com conhecimento em tecnologia e cibersegurança; aqueles experientes a forjar cadastros, contornar checagens e enganar sistemas; além de um homem envolvido em grandes fraudes, como a Máfia dos Concursos no Cebraspe, em 2017.

Como medida, a Justiça determinou o bloqueio de contas bancárias dos suspeitos e das empresas envolvidas, totalizando R$ 88 milhões, além do sequestro de diversos imóveis e a apreensão de veículos de alto valor e luxo. As investigações seguem a cargo da Polícia Civil de Santa Catarina (DRCI/DEIC).

 

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postado em 10/12/2025 17:56
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