O deputado federal Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) foi o entrevistado do CB.Poder — parceria entre o Correio Braziliense e a TV Brasília — desta quarta-feira (3/12). Em conversa com os jornalistas Ana Maria Campos e Carlos Alexandre de Souza, o parlamentar detalhou o andamento da coleta de assinaturas para a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada a investigar operações do Banco Master com o Banco de Brasília (BRB).
Rollemberg classificou o episódio como “o maior crime financeiro da história do país”. Ele também comentou a possibilidade de uma candidatura do ex-governador José Roberto Arruda ao Buriti, lembrou que o PSB tem candidato e acrescentou que, se a apuração avançar, o governador Ibaneis Rocha pode não concorrer ao Senado.
"A questão jurídica do ex-governador Arruda eu não tive ainda condições de me aprofundar, de saber efetivamente quais são as condições. Certamente, o que a gente percebe, claramente, até por manifestações públicas nos jornais, é que há uma tentativa do governador Ibaneis de evitar a candidatura do Arruda. Aliás, esse é o modus operandi do governador Ibaneis, de tentar retirar os adversários da disputa para tentar disputar a eleição sozinho. Dessa vez, ele não vai conseguir, porque, certamente, o PSB terá candidato, o Ricardo Cappelli, um candidato combativo, um candidato que vem fazendo oposição sistemática ao governador Ibaneis, que foi o primeiro a denunciar com muita consistência esse escândalo do BRB. Portanto, dessa vez, ele terá oposição. Mas nós queremos que essa investigação vá fundo, porque, certamente, se essa investigação for a fundo, acho que o Ibaneis poderá nem ser candidato ao Senado", afirmou.
O deputado destacou que o objetivo da CPI é examinar o desvio de R$ 12,2 bilhões em títulos que, segundo a Polícia Federal, seriam inexistentes. Ele ainda relembrou que o BRB comprou os títulos suspeitos e, posteriormente, tentou adquirir o Banco Master, movimento que, para ele, teria o objetivo de encobrir a operação anterior.
"Nós apresentamos o requerimento de instalação de uma CPI para investigar esse que é o maior crime financeiro da história do país. Nós estamos falando de um desvio de R$ 12,2 bilhões, uma coisa absolutamente inusitada, é difícil até de acreditar como é que um banco como o BRB compra R$ 12,2 bilhões de títulos inexistentes, como demonstrou a Polícia Federal. E o pior, depois disso, para encobrir a operação, o BRB tenta comprar o Banco Master por R$ 2 bilhões, numa operação em que o governador do DF, Ibaneis Rocha, está diretamente envolvido, porque, todos acompanharam pela imprensa, a defesa veemente que ele fez da compra do Master pelo BRB, inclusive, depois da negativa do Banco Central. O Banco Central negou e encaminhou a documentação para a Polícia Federal. Ainda assim, o governador Ibaneis insistiu na compra do Banco Master pelo BRB", ressaltou.
Em seguida, assinalou que cargos diretivos do Banco de Brasília têm indicações políticas. "A gente sabe, também, que para a presidência e a diretoria do BRB têm indicações políticas que partem de presidentes de partidos nacionais, o presidente do PP, o presidente do União Brasil. Portanto, é muito importante que todas essas ligações políticas que levaram a essa fraude, a esse rombo bilionário, que elas sejam investigadas a fundo, com o objetivo de punir os culpados e com o objetivo também de criar legislação que possa dificultar esse tipo de operação fraudulenta."
Rollemberg complementou que há 116 assinaturas na Câmara dos Deputados para a instalação da CPI. "A gente percebeu uma movimentação muito grande de deputados querendo assinar a CPI, a partir da decisão do ministro Dias Toffoli ontem (terça-feira) de dar sigilo absoluto ao pedido dos advogados do Banco Master para que o processo suba para o Supremo Tribunal Federal. Então, a gente tem uma expectativa de conseguir as assinaturas necessárias para instalar essa CPI, que é necessária. É muito importante, a sociedade tem o direito de saber, de ter transparência total nesse processo, para saber exatamente quais foram as verdadeiras razões que motivaram essa compra desses títulos falsos do Banco Master pelo BRB, e essa tentativa de compra do Banco Master pelo BRB numa operação de R$ 2 bilhões", concluiu.
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