Com o aumento de capivaras em áreas urbanas de Brasília, o Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) emitiu uma recomendação para o controle das áreas próximas à orla do Lago Paranoá. O documento propõe a criação de corredores de fauna, ou medidas semelhantes, para evitar acidentes e atropelamentos da espécie.
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A recomendação, destinada à Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Proteção Animal do DF (Sema) e ao Instituto Brasília Ambiental (Ibram), destaca o risco de transmissão da febre maculosa brasileira, frequentemente associada à capivara por ser uma das principais portadoras do carrapato-estrela, que dissemina a doença.
Para a promotora de justiça do meio ambiente Luciana Bertini, autora da recomendação, a principal preocupação é com o bem-estar dos animais. "Há anos estamos acompanhando o manejo dos animais da orla do Lago Paranoá e notamos que, apesar do Ibram e Sema estarem realizando algumas iniciativas, elas não estão sendo suficientes para evitar o atropelamento das capivaras", afirma.
O texto prevê a instalação de placas em trechos com alta incidência dos animais e implantação de medidas de contenção. São sugeridos corredores de fauna, cercas-guia e barramento contínuo, para a redução dos atropelamentos e, ainda, a instalação de pontos de contenção física ou barreiras seletivas nos locais de maior risco de acidentes.
Luciana destaca que um dos principais objetivos do MPDFT é a educação da população "em respeitar e saber lidar com estes animais silvestres em meio urbano". Para a promotora, um plano de educação ambiental é essencial para que as capivaras não sejam prejudicadas.
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Atualmente, a Sema, Ibram e a Secretaria de Estado de Saúde (SES) realizam o monitoramento da população de capivaras e estudam os comportamentos e as rotas de pastejo (por onde se alimentam), em parceria com a Universidade Católica de Brasília (UCB).
O MPDFT sugeriu o prazo de 60 dias para a conclusão dos estudos de mapeamento dos animais e apresentação das medidas de contenção, que devem conciliar bem-estar animal, segurança humana e gestão ambiental responsável.
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Confira abaixo as recomendações enviadas à Sema e ao Ibram, para que sejam solucionadas pelas organizações, em conjunto ou separadamente:
- A conclusão dos estudos sobre o comportamento das capivaras no Lago Paranoá, para identificação de áreas de alta concentração e rotas de pastejo;
- A implantação de corredores de fauna, cercas-guia e barramento contínuo, ou outras soluções equivalentes, para reduzir atropelamentos e acidentes;
- A instalação de placas informativas em trechos próximos às rotas identificadas;
- A elaboração de plano de educação ambiental, com foco na convivência segura entre população e fauna silvestre urbana;
- A implantação de pontos de contenção física ou barreiras seletivas nos locais de maior risco.
Em nota ao Correio, o Ibram afirmou que ainda não recebeu oficialmente a decisão, que ainda deve passar pela procuradoria do Governo do DF: “O Ibram informa que, após consulta à equipe jurídica da instituição, ainda não recebeu o processo, o que torna impossível emitir um posicionamento sobre o caso no momento”.
