O Jardim Urbano do shopping Conjunto Nacional é palco nesta sexta e sábado, do Printer Chef, a primeira competição gastronômica do mundo com o uso de alimentos impressos em 3D. O evento tem como proposta mostrar como a gastronomia pode ser reinventada, valorizando ingredientes nativos como a baunilha brasileira, também conhecida como baunilha do Cerrado.
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Durante esse verdadeiro laboratório gastronômico, os visitantes puderam ver de perto os alimentos sendo impressos em 3D, como o floco de Natal de chocolate com baunilha, a batata sorriso com textura de frita sem uso de óleo e até bacalhau com um pouco de baunilha. Após a impressão, o público pode provar os alimentos, seguida de uma competição para ver quem conseguia descobrir qual sorvete era feito com a baunilha artificial e qual era produzido com o uso da baunilha brasileira.
Para Angela Oliveira, uma das idealizadoras do projeto, a impressão 3D é uma grande oportunidade para acabar com o sofrimento animal. Angela é também uma das criadoras do Printer Chef e explicou como conheceu a ideia de imprimir alimentos.
“Pesquisando tipos de alimentos que podem ser feitos com o mínimo de sacrifício animal, e me deparei com a bioimpressão de alimentos, que é feita a partir das células troncos do animal, que são levadas para o laboratório, onde as proteínas são isoladas e expandidas, fazendo com que o animal não precise ser abatido”, contou a organizadora.
A programação do Printer Chef incluiu ainda uma competição entre chefs, onde os participantes tinham que criar receitas autorais que tivessem alguma relação com os alimentos impressos. O público também pôde participar, degustando os pratos criados pelos competidores.
Apesar da tecnologia e inovação das impressoras 3D, as grandes estrelas do evento são as baunilhas do Cerrado, uma das especiarias mais raras e complexas do país, ainda pouco conhecida pelo grande público. De acordo com a pesquisadora de baunilhas brasileiras, Cláudia Nasser, a baunilha é a segunda especiaria mais cara do mundo, ficando atrás apenas do açafrão.
“A baunilha que o mundo inteiro conhece é derivada de uma baunilha originária do México, mas recentemente, espécies brasileiras desta especiaria têm ganhado espaço na cena culinária", disse a especialista a respeito das baunilhas do Cerrado. “Porém, essas baunilhas do cerrado já são utilizadas há quase 200 anos por povos originários. O principal uso era para causas medicinais na área respiratória, como tosse, dor de garganta e até pneumonia”, completou.
A entrada para o Printer Chef é gratuita, e o evento ocorre até o sábado (20/12), quando acontecem as fases finais da competição. Organizado pela Next Gen Experience em parceria com a Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP-DF), também participaram pesquisadores e especialistas que abordaram em palestras temas como polinização, cultivo e conservação da baunilha do Cerrado.
*Estagiário sob supervisão de Mariana Niederauer
