
Por Lara Costa* — Um estudo norte-americano indica que um telescópio de tamanho retangular pode oferecer um caminho mais claro para a descoberta de vida habitável em exoplanetas, ou seja, planetas que estão localizadas fora do sistema solar. Segundo a pesquisa, o objeto ainda pode ajudar na descoberta de um planeta que tenha oxigênio na atmosfera, e que se tornaria potencialmente habitável para os humanos e também provável que suporte vida própria.
“A obtenção de imagens diretas de pelo menos 25 exoplanetas habitáveis e a descoberta de bioassinaturas como oxigênio e metano em suas atmosferas são, de fato, o principal impulsionador científico do Habitable Worlds Observatory (HWO), uma futura missão conceitual emblemática da NASA que se acredita exigir um processo significativo de maturação tecnológica antes de poder ser selecionada", diz trecho do estudo publicado no periódico Frontiers in Astronomy and Space Sciences, no domingo (31/8).
O modelo retangular resolveria um problema de longa data na detecção de exoplanetas, pois distinguir um planeta do tamanho da Terra de uma estrela do tamanho do Sol a uma distância de 30 anos-luz exigiria um telescópio espacial com um espelho circular de 20 metros de diâmetro, o que está fora de alcance com a tecnologia atual.
Sendo assim, os pesquisadores do Instituto Politécnico Rensselaer, nos EUA, e da Nasa sugerem um telescópio com um espelho retangular de 20 metros de comprimento, mas apenas um metro de largura, que pode ser girado para capturar múltiplas imagens da mesma estrela em diferentes orientações. O projeto garante que exoplanetas possam ser observados a partir das estrelas hospedeiras, independentemente da orientação em relação ao sistema solar, e é pequeno o suficiente para ser lançado usando a tecnologia de foguetes existente, como o veículo Falcon Heavy.
De acordo com o estudo, o design retangular funciona capturando duas imagens de cada sistema estelar alvo: uma com o telescópio orientado em uma direção e outra com o espelho girado 90 graus. Essa abordagem permite que o telescópio detecte planetas em praticamente qualquer posição ao redor das estrelas hospedeiras, superando a limitação de ter alta resolução apenas ao longo do eixo longo do espelho.
Detalhes do telescópio
A expectativa é que, com esse formato, o telescópio possa descobrir 11 exoplanetas habitáveis, aproximadamente, e medir o ozônio nas atmosferas em uma missão de um ano. Além disso, uma missão de 3,5 anos poderiam descobrir outros 27 exoplanetas habitáveis.
“Um dos esforços científicos mais emocionantes deste século é a busca por um exoplaneta habitável semelhante à Terra. Seria muito emocionante encontrar um planeta habitável que esteja próximo o suficiente da Terra para que se possa imaginar o envio de uma sonda para explorá-lo, ou talvez um dia enviar exploradores humanos”, diz o documento. (colaborou Aline Gouveia)
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