Uma pesquisa permitiu identificar diferentes espécies de peixes através do som. O estudo, realizado em conjunto entre pesquisadores da organização de tecnologia sem fins lucrativos, a FishEye Collaborative, a Universidade de Cornell, em Nova York, e a Universidade de Aalto, em Espoo, na Finlândia, foi publicado na revista de ecologia e evolução da Sociedade Ecológica Britânica no último dia 17 de setembro.
As análises foram possíveis graças a uma ferramenta que combina um mecanismo de vídeo, responsável por filmagens em 360º, com um monitor de áudio marítimo. Os recursos capturam desde coisas mais básicas, como simples batidas, a mais complexas, como os ambientes de um recife de coral. Os barulhos podem ser ouvidos através deste endereço.
Apesar disso, até então, muitos dos ecologistas tinham dificuldade para discernir e interpretar diversos desses sons, assim como de creditá-los aos respectivos autores. O desafio, em grande parte, era consequência do alto número de espécies que habitam ecossistemas como corais.
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Agora, a ferramenta desenvolvida, batizada como Câmera Omnidirecional Passiva Acústica Marinha (UPAC-360, conforme sigla em inglês), permitiu a identificação individualizada dos sons de 46 espécies de peixes em corais dos mares que banham o país Curaçao, na região do Caribe, na América Central. Mais da metade delas, inclusive, nunca tinha tido os respectivos sons registrados.
"Quando o assunto é identificar sons, o mesmo conjunto de animais que compõem a biodiversidade-alvo do nosso estudo são, ao mesmo tempo, o nosso maior desafio", explicou o doutor Marc Dantzker, autor e chefe de pesquisa, além de diretor executivo da FishEye Collaborative.
"A diversidade de sons de peixes em um coral marinho é a mesma, por exemplo, de um conjunto de pássaros em uma floresta tropical. Apenas no Caribe, nós estimamos que mais de 700 espécies de peixes produzam sons hábeis de registro", completou.
O achado representa o conjunto mais extenso de sons de peixes já publicado. Os pesquisadores ainda relatam que os respectivos ruídos coletados poderão ser, agora, usados automaticamente por um mecanismo próprio com sistema de aprendizado de máquina para detectar espécies em gravações debaixo d'água. Portanto, as presenças de mergulhadores ou equipes de estudo não serão mais necessárias.
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