
Uma pesquisa sobre aranhas pode ter desvendado o mistério sobre o porque as teias desses animais muitas vezes parecem estar em formatos geométricos. A análise mostra estes animais podem ser mais “inteligentes” do que pensávamos.
O estudo publicado pela revista científica PLOS One, na última quarta-feira (29/10), revela que a teia tecida por esses aracnídeos têm diversas funções além de moradia, incluindo coleta de água e alimento, proteção contra os raios ultravioletas do sol, estimular presas visualmente e até mesmo afastar predadores.
Os testes realizados pelos cientistas simularam os efeitos que os diferentes padrões de teias podem ter a partir de vibrações das estruturas. Um dos principais objetivos do estudo era entender melhor o papel do stabilimentum (partes da seda tecida pela aranha que se diferenciam do restante da teia pelo formato e espessura).
Confira algumas imagens dos diferentes padrões de teia:
Entre a comunidade científica o único consenso sobre o stabilimentum é que ele tem a função de ajudar certas espécies a se esconderem de predadores. Esse foi um dos motivos que motivou os pesquisadores a se aprofundarem no tema, que nunca havia sido pauta de um estudo.
As análises dos padrões das teias foram feitas a partir dos fios da aranha Argiope bruennichi, uma das poucas capazes de produzir o stabilimentum. Para isso os cientistas passaram cerca de dois anos fotografando os mosaicos das aranhas italianas, que são consideradas comuns nas florestas da Sardenha.
Entre os muitos espécimes fotografados, foram identificados alguns padrões como o zigue-zague, muito comum entre aranhas de outras espécies, e até a chamada plataforma de stabilimentum, que é tecida simetricamente das laterais em direção ao centro da teia.
Os estudos revelaram que o stabilimentum não interfere nas ondas emitidas por um objeto que venha a cair sobre a teia, porém, foi revelado que os conjuntos de fios que possuíam essas formações têm maior capacidade da propagação das vibrações, que na maioria das vezes, é causada pelo movimento de presas.
*Estagiário sob supervisão de Ana Raquel Lelles
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