
Um estudo recente revelou que a hipertensão causa danos aos vasos sanguíneos e aos neurônios antes de poder ser identificada na pressão arterial. A pesquisa foi realizada por estudiosos da universidade norte-americana Weill Cornell Medicine e ajuda a explicar como a hipertensão é um fator de risco no desenvolvimento de distúrbios cognitivos e vasculares, e até mesmo a doença de Alzheimer.
Os resultados pré-clínicos da pesquisa foram publicados pela revista Neuron nesta sexta-feira (14/11). Os dados mostraram que a hipertensão pode induzir alterações precoces nas células cerebrais, o que pode interferir nos pensamentos e também na memória.
Descobriram também que pacientes portadores da pressão alta tem um risco de 1,2 a 1,5 vezes maior do que alguém que tem a doença, mas o motivo exato não foi revelado. Um dos autores do estudo, Costantino Ladecola, diretor do Instituto de Pesquisa do Cérebro e da Mente da Família Feil, contou que as respostas vieram por meio de testes com ratos.
“Descobrimos que as principais células responsáveis pelo comprometimento cognitivo foram afetadas apenas três dias após a indução de hipertensão em camundongos, antes mesmo do aumento da pressão arterial”, revelou o pesquisador.
Ladecola é também professor de neurociência na Weill Cornell, em estudos anteriores, ele e a equipe descobriram que a hipertensão afeta os neurônios de forma geral, mas novas tecnologias disponíveis tornaram possível uma análise mais detalhada sobre o que acontece nas células cerebrais.
O professor e a equipe agora estudam como a hipertensão influência no envelhecimento precoce dos vasos sanguíneos, algo que pode acabar desencadeando problemas nos interneurônios, que tem a função de conectar os neurônios entre si. Eles esperam também, descobrir a melhor maneira de prevenir e reverter os efeitos da hipertensão no sistema cognitivo.
Com tais descobertas os pesquisadores podem agora começar a elaborar medicamentos que previnam o declínio cognitivo e reduzam a pressão arterial. Para tratar de sintomas da hipertensão, o mais recomendado é procurar aconselhamento médico.
*Estagiário sob supervisão de Roberto Fonseca
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