
Florianópolis recebe, entre os dias 15 e 18 de novembro, o 40º Congresso Brasileiro de Urologia (CBU), um dos mais importantes encontros médicos do país e o maior da especialidade na América Latina. A edição deste ano, organizada pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), chega com mais de 200 atividades científicas e com objetivo de levar inovação tecnológica, ciência de ponta e impacto à vida dos pacientes. Ao todo, mais de 3 mil médicos, pesquisadores e profissionais de saúde participam do evento.
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A programação reúne temas como o rastreamento do câncer de próstata e a presença crescente da inteligência artificial na medicina. Em parceria com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o congresso abrirá espaço para discutir a realidade do diagnóstico precoce no país, com a apresentação de dados dos sete anos do Centro de Diagnóstico do Câncer de Próstata. A ideia é reforçar a importância da prevenção e expor as desigualdades que ainda impedem a ida de homens ao consultório.
Pela primeira vez, especialistas vão apresentar a fagoterapia como alternativa promissora para infecções urinárias de repetição, especialmente nos casos resistentes aos antibióticos tradicionais. Em vez de atacar várias bactérias ao mesmo tempo, como ocorre com os antimicrobianos de ampla abrangência, os fagos agem apenas sobre o microrganismo causador da doença, preservando o microbioma do paciente.
Outro destaque é o simpósio sobre infertilidade, que reúne SBU, Febrasgo e SBRA para debater desde causas pouco compreendidas até avanços na reprodução assistida. Questões envolvendo hormonioterapia, deficiência de testosterona e saúde sexual masculina também compõem o cronograma, com discussões sobre novas diretrizes e riscos do uso indevido de testosterona.
No campo da urologia pediátrica, a SBU apresentará um estudo inédito que será conduzido durante a ação social Novembrinho Azul. A pesquisa busca entender como pais e responsáveis percebem o desenvolvimento genital masculino na infância, tema que ainda gera inseguranças, desinformação e procura desnecessária por tratamentos hormonais.
A cirurgia robótica terá uma área dedicada com conteúdos sobre telecirurgia e procedimentos minimamente invasivos em próstata, bexiga e rins. De acordo com a SBU, esta será a primeira vez que um congresso da área oferecerá vivências práticas em telecirurgia, visando uma nova etapa na formação de cirurgiões.
Antes mesmo da abertura oficial, o Programa Urologista Cidadão mobilizou especialistas voluntários para atender pacientes da fila do SUS. Entre as ações, destacam-se 12 cirurgias para homens com hiperplasia prostática benigna que vivem com sonda urinária, mais de 500 atendimentos urológicos e cerca de 250 consultas infantis no Novembrinho Azul.
Para o presidente do CBU 2025, Dr. Roni de Carvalho Fernandes, o objetivo é levar à população parte do impacto positivo do encontro. “Quando ciência e solidariedade se unem, o resultado ultrapassa o ambiente acadêmico. Queremos deixar um legado real para a cidade que recebe o congresso”, afirma.

Ciência e Saúde
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