EXPLORAÇÃO ESPACIAL

3I/Atlas: Elon Musk fala sobre o objeto interestelar e levanta hipóteses

Durante entrevista ao podcast de Joe Rogan, o empresário descreveu o cometa metálico do tamanho de Manhattan e mencionou indícios de aceleração fora das leis conhecidas da física

De acordo com Musk, o objeto é formado quase inteiramente de níquel, com pouquíssimo ferro. Na Terra, essa combinação só é encontrada em ligas metálicas industriais -  (crédito: Instagram e Whisk)
De acordo com Musk, o objeto é formado quase inteiramente de níquel, com pouquíssimo ferro. Na Terra, essa combinação só é encontrada em ligas metálicas industriais - (crédito: Instagram e Whisk)

Em uma entrevista ao podcast do apresentador Joe Rogan, o empresário Elon Musk, um dos homens mais ricos do mundo e dono da Tesla e do X (ex-Twitter), comentou sobre um corpo celeste que vem intrigando astrônomos: o 3I/Atlas. O nome indica que é o terceiro objeto interestelar já detectado, ou seja, algo que não se originou no Sistema Solar. Segundo Musk, o próprio som do nome em inglês — “Three eye atlas” — lhe chamou atenção por lembrar a expressão third eye, ou “terceiro olho”.

Fique por dentro das notícias que importam para você!

SIGA O CORREIO BRAZILIENSE NOGoogle Discover IconGoogle Discover SIGA O CB NOGoogle Discover IconGoogle Discover

Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular

O 3I/Atlas vem sendo monitorado por cientistas por causa de sua composição incomum. De acordo com Musk, o objeto é formado quase inteiramente de níquel, com pouquíssimo ferro. Na Terra, essa combinação só é encontrada em ligas metálicas industriais. Ele reconheceu que meteoritos ricos em níquel já atingiram o planeta, mas ressaltou que a pureza metálica desse novo corpo é algo “notável”.

Na semana passada, astrônomos do radiotelescópio MeerKAT, na África do Sul, registraram pela primeira vez uma emissão de rádio proveniente do objeto interestelar 3I/Atlas. A detecção ocorreu em 24 de outubro, quando o cometa estava a apenas 3,76° do Sol, após duas tentativas sem sucesso em 20 e 28 de setembro.

Durante a entrevista, Musk disse ter acompanhado atualizações do astrofísico Avi Loeb, que relatou uma mudança na trajetória do 3I/Atlas. Segundo o empresário, Loeb identificou um primeiro indício de aceleração não-gravitacional, ou seja, uma variação de curso que não pode ser explicada apenas pela força da gravidade.

Esse tipo de desvio foi observado em outros objetos interestelares, como o Oumuamua, e costuma levantar debates entre astrônomos sobre possíveis causas, desde o efeito de gases expelidos pelo corpo até hipóteses mais especulativas.

Musk chegou a imaginar o que aconteceria se o 3I/Atlas colidisse com a Terra. Ele descreveu o objeto como “do tamanho de Manhattan (Nova York) e feito de metal ultradenso”, algo comparável a uma marreta de níquel lançada pelo espaço. Segundo ele, um impacto desse tipo poderia obliterar um continente inteiro e até eliminar a maior parte da vida humana, dependendo da massa total.

Ao discutir o tema, Musk também mencionou o registro fóssil, observando que impactos regionais — os que não causam extinções em massa globais — dificilmente deixam marcas detectáveis na história geológica.

Embora o empresário tenha destacado o caráter especulativo de suas observações, sua fala reflete um ponto de curiosidade científica genuína: como interpretar fenômenos que desafiam as leis conhecidas da física?

Ao tratar o 3I/Atlas como um possível “navio de carga feito de níquel cruzando o espaço”, Musk chamou atenção para o quanto ainda há por descobrir sobre objetos que viajam entre as estrelas, e para o fato de que, no limite entre ciência e imaginação, o desconhecido continua sendo o maior combustível para a exploração espacial.

  • Google Discover Icon
postado em 17/11/2025 12:04 / atualizado em 17/11/2025 12:06
x