Festval CoMA

Segundo Rico Dalasam, CoMA é o único festival que entendeu sua música

Enquanto se prepara para o lançamento de novo álbum, rapper volta ao Festival CoMA com a turnê do bem sucedido ‘Dolores Dala guardião do alívio’

Dolores Dala guardião do alívio (DDGA) foi um dos principais lançamentos em 2021. Figurando em diversas listas de melhores lançamentos do ano, o álbum introduziu e reintroduziu ao público o cantor e compositor Rico Dalasam. Co-responsável pelo hit do carnaval de 2017, Todo dia, junto a Pabllo Vittar, o artista voltará à cena em uma nova obra, Fim das tentativas. “É uma retomada, não é começar tudo de novo. É retornar ao que é meu”, disse Dalasam ao Correio.

O Festival CoMA recebe a turnê de DDGA em agosto, a segunda vez de Rico no evento. O rapper se apresentou na primeira edição, em 2017, ano em que o próprio diz ter sido o último para várias coisas. “O CoMA foi o primeiro e último grande festival que eu toquei. Toquei na noite do Emicida e foi um show bastante caloroso.”

Com mais de 126 mil ouvintes mensais no Spotify, Braille sozinha soma mais de 5 milhões de reproduções na plataforma. O primeiro single da nova era, 30 semanas, já supera 272 mil visualizações no YouTube.

Uma possível explicação é levantada por ele mesmo. “Minhas músicas vêm sendo muito bem recebidas. Esse momento não é de rebranding e os festivais não entenderam a narrativa, mas o CoMA entendeu.”

Rico sobe ao palco do CoMA no domingo (7/8), mesmo dia que nomes como Gal Costa, Samba Urgente com Leci Brandão, Jovem Dionísio, Remobília e Bala Desejo. Estar entre artistas expressivos é exatamente onde o rapper tem que estar.

Em 2020, cinco anos após se apresentar ao Brasil com o EP Mundo diverso, Dalasam ganhou o Prêmio Multishow de Canção do ano com o maior sucesso de DDGA, Braille. “Braille dá o estopim para eu voltar a fazer algo legal. O disco foi feito durante a pandemia e no fim de 2021 comecei a turnê. Esse é o primeiro festival em cinco anos, então trago outro som, estética. O show vai ser uma catarse emocional.”

O cantor fala de outro som pois, mesmo em excursão com DDGA, ele já se prepara para mais um lançamento: Fim das tentativas. Céu, Tuyo e Baco Exu do Blues são algumas das participações antecipadas por Rico.

“Queria fechar um ciclo, mas não é um DDGA parte 2. O álbum anterior veio para reposicionar meu poema, imagem e fazer artístico para mim e para o mundo”, explica. Com certeza ele foi bem sucedido na missão. Dolores Dala guardião do alívio mostrou ao mundo como Rico se debruça sobre diversos assuntos que lhe atravessam e um dos mais evidentes é sua visão sobre amor e relacionamentos.

Fim das tentativas será outro capítulo dessas vivências. “É primeiro entender como me fazer amável, apesar das marcas. Depois me refazer amável, para amar outra vez. É o que eu sei sobre o amor, são dois álbuns maiores que a minha imagem.”

O rapper retorna com outras sonoridades. Em 30 semanas é possível notar que Dalasam rima ao som de um piseiro na faixa. “É o som da periferia, o que se ouve agora. É uma musicalidade que te põe para dançar. Estou nesse clima de diversão."

A mistura é o que interessa ao artista e, segundo o próprio, se apresentar no CoMA é importante, não só pelo prestígio com que o evento o traz de volta, mas também pelas possibilidades de troca. “A capacidade de criar move a arte, reunir as pessoas é quase que formativo. Cada festival tem sua demanda e poder celebrar e pensar na música e suas possibilidades é o que torna diferente.”

“Música conta a história de um tempo, é capaz de criar uma certa anestesia. Braille é simples, mas é cheia de informação. Não anestesia, mas vai te fazer pensar. A riqueza está nesse mosaico fazendo a história ser contada”, finaliza.

Ao longo do mês, o Correio fará, nos meios on-line e impresso, um passeio entre as atrações do Festival CoMA, traçando um retrato dos artistas e a relação com Brasília e o evento. Entrevistas com Remobília, Vitor Ramil, Braza, ÀTTØØXXÁ e Urias já estão disponíveis.

*Estagiária sob a supervisão de Nahima Maciel

Saiba Mais