
Prestes a completar 52 anos, Renata Castro Barbosa tem muito a comemorar. A atriz está em destaque com a reprise de Tieta (1989) — novela que marcou sua adolescência logo após ter estreado em Vale tudo (1988), um sucesso prestes a ganhar um remake —, brilha no teatro em uma peça baseada na novela O bem amado, outro grande sucesso da televisão, e, ao lado da amiga de infância Gabriela Duarte, apresenta o podcast Pod, amiga?, que tem sido um boom nas plataformas digitais.
Sobre Tieta, Renata tem as melhores lembranças e celebra a reprise da novela no Vale a pena ver de novo. "Eu tinha 13 anos, era muito menina, e contracenei com ídolos como Bete Mendes, Armando Bógus e Otávio Augusto. Foi uma experiência inesquecível, com cenas profundas e desafios emocionais", relembra. Ao rever a produção, na qual fazia par romântico com o colega Danton Mello, a atriz carioca se emociona: "É uma volta no tempo. Lembro das conversas nos bastidores e das brincadeiras do Bógus comigo." Renata também se surpreende com a nova repercussão da trama: "É uma volta no tempo mesmo! E, mesmo sendo apaixonada pela novela, não imaginei que teria essa repercussão que está tendo agora. Todo mundo fala da novela comigo, muita gente assistindo de novo e muita gente pela primeira vez. É incrível ver uma geração mais jovem se apaixonando por um trabalho de tantos anos atrás."
Antes disso, Renata estreou em Vale tudo, considerada uma das novelas mais icônicas da TV brasileira. "Lembro da minha primeira cena, na praia com Flávia Monteiro e Regina Duarte. Eu já conhecia a Regina porque estudava e era muito amiga da Gabriela (Duarte), mas ali era diferente, era trabalho e me lembro do meu nervosismo. Morrendo de medo de errar o texto! (risos) Sempre que vejo essa cena me emociono. Era uma menina assustada, mas tão feliz de estar ali."
Sobre o remake da novela, Renata está animada: "Vou arriscar dizer que essa foi uma das novelas mais importantes do nosso país. Lembro que no último capítulo o país parou para saber quem matou Odete Roitman. Então, fazer parte desse trabalho foi realmente sensacional. Posso dizer que comecei com o pé direito! Estou curiosa e na expectativa do remake. Acho uma super responsabilidade, mas conheço a Manuela Dias (autora) e sei que ela vai arrebentar!", aposta a aquariana, que aceitaria fazer uma participação na releitura. "Seria uma delícia revisitar essa obra com outro personagem."
Começar a trabalhar ainda criança trouxe desafios e aprendizados para Renata, que esteve em outros trabalhos marcantes como Mico preto (1990) e Caça talentos (1996). "Eu estudava de manhã, gravava à tarde e ensaiava à noite. Não tive uma infância comum, mas era tão apaixonada pelo que fazia que nunca senti que perdi algo. Amadureci cedo e ganhei uma bagagem que me ajuda até hoje", diz. Esse aprendizado reflete-se na carreira consolidada da atriz, que transita entre teatro, cinema e humor, gênero que ficou marcado pelas suas tauções nos humorísticos A diarista (2005) e Zorra (2015). "Adoro fazer as pessoas rirem, mas não me considero uma comediante, e sim uma atriz que faz humor. Ainda quero interpretar uma vilãzona!"
Outras mídias
No teatro, Renata brilha em O bem amado, obra de Dias Gomes, com Diogo Vilela e um elenco de 14 atores em cartaz no Rio de Janeiro. "É incrível estar em cena com esse texto primoroso e em um palco histórico como o Teatro João Caetano. Comecei 2025 nas nuvens!" Além disso, pelo segundo ano consecutivo, ela comanda o Festival Humor Contra-Ataca, também em terras cariocas. "A primeira edição foi desafiadora, mas um sucesso. Para este ano, o desafio foi nos reinventar, e o festival está lindo!"
Renata ainda está envolvida em novos projetos, como o podcast Pod, amiga?, ao lado de Gabriela Duarte, e o filme O rei da feira, com Leandro Hassum. "Também vou rodar o país com O bem amado e fazer um monólogo com texto de Martha Mendonça. Espero gargalhar muito, trabalhar bastante, estar com amigos e aproveitar minha família. Acho que são bons planos para este ano!"
Entrevista | Renata Castro Barbosa
Você está na reprise de Tieta, que foi seu segundo trabalho na TV. Como foi fazer essa novela? Como é se assistir tantos anos depois? E como tem sido a reação do público ao te rever em cena?
Eu tinha feito Vale tudo, mas em um personagem menor. Então, fazer a Letícia era uma responsabilidade e uma oportunidade incrível. Eu tinha 13 anos, muito menina ainda e contracenando com atores que eram ídolos para mim. Foi uma experiência inesquecível. Foi a primeira vez que tive cenas mais profundas, com vivências muito diferentes de mim. Bete Mendes, Armando Bógus, Otávio Augusto, Ana Lucia Torres, Luciana Braga... Era um aprendizado todo dia. Tenho um carinho especial por essa novela, por essa personagem. O Danton Mello foi um parceiro sensacional também! Não estou conseguindo acompanhar agora, mas sempre que assisto é muito doido, lembro perfeitamente da época. Do que eu estava vivendo na vida, das conversas dos bastidores, das brincadeiras do Bogus comigo... É uma volta no tempo mesmo! E, mesmo sendo apaixonada pela novela, não imaginei que teria essa repercussão que está tendo agora. Todo mundo fala da novela comigo, muita gente assistindo de novo e muita gente pela primeira vez. E eu acho isso maravilhoso. Ter uma geração nova assistindo um trabalho de tantos anos atrás e gostando! Sou suspeita pra falar, mas Tieta é realmente uma super novela!
Sua estreia na TV foi em Vale tudo. Que memórias tem desse momento? Qual sua expectativa para o remake? E aceitaria fazer uma participação caso fosse convidada?
Muitas! Minha primeira novela... Lembro da primeira cena que gravei. Foi na praia com a Flávia Monteiro e a Regina Duarte. Eu já conhecia a Regina porque estudava e era muito amiga da Gabriela (Duarte), mas ali era diferente, era trabalho e me lembro do meu nervosismo. Morrendo de medo de errar o texto! (risos) Sempre que vejo essa cena me emociono. Era uma menina assustada, mas tão feliz de estar ali. Vou arriscar dizer que essa foi uma das novelas mais importantes do nosso país. Lembro que no último capítulo o país parou para saber quem matou Odete Roitman. Então fazer parte desse trabalho foi realmente sensacional. Posso dizer que comecei com o pé direito! Estou curiosa e na expectativa do remake. Acho uma super responsabilidade, mas conheço a Manu Dias e sei que ela vai arrebentar! E claro que aceitaria fazer uma participação. Seria uma delícia revisitar essa obra com outro personagem.
Aliás, você começou a trabalhar ainda criança. Como isso impactou na sua vida pessoal e profissional?
Eu estudava de manhã, gravava à tarde e muitas vezes ainda ensaiava espetáculos à noite. Não foi uma infância e uma adolescência comum. Era corrido, mas eu era tão apaixonada pelo que fazia que não consigo achar que "perdi" alguma coisa. Devo ter perdido algumas festas, estudava nos estúdios entre uma cena e outra, mas valeu a pena. Eu não tinha a sensação de "estar trabalhando", mas amadureci mais cedo, com certeza. Eu tinha responsabilidades grandes para a idade que eu tinha. Mas faria tudo de novo! E pra minha vida profissional foi maravilhoso. Aprendi muito nesses anos todos, contracenei com quase todos meus ídolos e ganhei uma bagagem que me ajuda até hoje.
Atualmente, você está em cartaz no Rio com a peça O bem amado, em que atua ao lado de nomes como Diogo Vilela. Como é voltar ao teatro depois de alguns anos longe dos palcos?
A melhor sensação do mundo! O teatro faz falta na minha vida. E voltar com esse espetáculo, com um texto primoroso como esse, com o Diogo Villela, que é um gênio e um dos atores mais generosos, na vida e em cena, com quem já trabalhei, está sendo sensacional. E com 14 atores em cena, em uma época em que a maioria dos espetáculos é monólogo, é mais incrível ainda. É uma sensação estar em uma companhia de teatro! E estar no teatro João Caetano, que é um teatro com uma história tão linda e lotado, é realmente uma sensação que nem sei explicar! Posso dizer que comecei 2025 nas nuvens!
Inclusive, o espetáculo é uma comédia e sua trajetória tem sido permeada por vários trabalhos no humor. É uma escolha sua seguir para nesta vertente?
Nunca foi uma escolha. Pelo menos não consciente. Não sei nem dizer quando isso aconteceu. Comecei fazendo novelas, papéis sérios, mas no teatro sempre fiz mais textos com humor... Adoro fazer as pessoas rirem, adoro o som da gargalhada, então isso não é um problema pra mim. Mas não me considero uma humorista ou comediante. Não tenho personagens. Me considero uma atriz, que faz humor. E adoraria fazer uma vilãzona! (risos). Vou fazer um monólogo, se tudo der certo, ainda esse ano, com o texto da Martha Mendonça, que não será de humor. Estou animada!
Em paralelo, pelo segundo ano consecutivo você está comandando o Festival Humor Contra-Ataca, que vai ter apresentação de grandes nomes até março, no Rio. Qual a maior dificuldade de fazer essa curadoria? Como foi o resultado da temporada 2024 e qual a expectativa para a deste ano?
Foi um desafio! A Guacira Abreu e o Bernardo Amaral, responsáveis pelo Qualistage, me fizeram esse convite e não sou de recusar desafios. Na primeira edição foi uma loucura. Era a primeira vez que eu fazia isso. Quem convidar? Quem tinha data? É uma casa de 3.000 lugares, acostumada a receber música... Tudo era desafiador. Mas eles foram incríveis comigo. Acreditaram e apostaram em mim e no festival. Tenho 40 anos de carreira e conheço muita gente. Fiz uso disso! Convidei amigos que eu admiro e que achei que o público ia querer ver e deu super certo! Tivemos quase todos os dias lotados. Artistas, público e nós felizes! E aí fazer a segunda edição era mais tranquilo, por não ser novidade, mas um desafio grande também porque não queríamos nos repetir. Queremos crescer, trazer coisas novas... E acho que conseguimos. O Festival está lindo! Termos um Janeiro, fevereiro e março animado no Rio de Janeiro.
Com mais de 40 anos de carreira, como você vê seus próximos anos? E já tem novos projetos a caminho?
Espero ter saúde e trabalhar muito. Ter uma velhice tranquila financeiramente e com saúde é um dos meus objetivos de vida. Tem o meu podcast, o Pod, amiga?, com a Gabriela Duarte, sobre amizade, que começamos ano passado para resolvermos a vontade de trabalhar juntas que sempre tivemos e está dando super certo! Está no Youtube e no spotify. Em fevereiro, vamos gravar mais episódios. Tem o lançamento do filme que fiz com o Leandro Hassum O rei da feira, e o monologo que comentei anteriormente. E, se tudo der certo, espero rodar o país com O bem amado. É um espetáculo lindo demais para ficar só no Rio. De resto, espero gargalhar muito, estar com meus amigos e agarra muito meu filho e namorar bastante o "namorido". Acho que são bons planos para esse ano! (risos).
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