
Janeiro data o mês da visibilidade trans e o início da 25ª edição do Big Brother Brasil (BBB). Na história do reality show, alguns participantes cometeram falas transfóbicas contra outros, o que permaneceu impune durante as edições anteriores.
A influenciadora Suellen Carey publicou um vídeo nas redes sociais no qual convida os espectadores a relembrar os episódios de transfobia que marcaram o BBB para que não sejam normalizados.
Linn da Quebrada, BBB 22
Entre os casos citados, Suellen menciona a participação de Linn da Quebrada no BBB 22. Na edição, Rodrigo Mussi e Eslovênia Marques erraram o pronome da mulher trans diversas vezes no programa, mesmo Linn tendo uma tatuagem escrito ‘Ela’ na testa.
“Essas trocas não são apenas erros. Elas mostram o quanto ainda falta empatia e cuidado ao tratar de identidade de gênero. A Linn teve que ser paciente em um espaço onde deveria apenas ser ela mesma”, destaca Suellen.
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Nego Di protagonizou outro episódio, quando fez piadas transfóbicas sobre Linn em um stand-up após o término do reality. “Isso não é humor, é preconceito. As palavras dele só reforçam o desrespeito e a violência que as pessoas trans enfrentam diariamente”, Suellen argumenta.
Ariadna Arantes, BBB 11
Em 2011, o BBB recebeu a primeira mulher trans do reality, Ariadna Arantes. Pioneira, Ariadna saiu na primeira semana por falta de recepção pública. “O jeito como ela foi tratada ainda dói. Ela saiu porque muitos não entenderam sua história, e o programa não deu o suporte necessário”, Suellen lamenta.
Ao Correio, Suellen opina que o preconceito ainda é uma barreira para a participação de pessoas trans no programa e ressalta que, em 25 edições, apenas duas mulheres trans foram aceitas no reality. “O que precisa é a produção olhar mais para esse público e entender que elas também são merecedoras de estar ali. Nós também temos sonhos e famílias para ajudar. Gostaria de ver pessoas trans em todas as edições do programa. Isso seria uma demonstração real de respeito”, enfatiza.
Para Suellen, todos os tipos de crime e preconceitos cometidos no programa deveriam ser punidos com expulsão, até agora sem consequências diretas: “Isso é um reflexo claro de como a sociedade ainda lida com a questão da educação e no respeito à diversidade.”
No vídeo, Suellen deixa uma mensagem: “O BBB é um reflexo da sociedade, mas também pode ser um agente de mudança. É hora de repensar, de educar e de tratar o respeito como o mínimo, porque é isso que as pessoas trans merecem: o básico.”
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