LITERATURA INFANTIL

Livro 'Mamãe zangada' reflete maternidade respeitosa e real

História narra uma situação de briga entre mãe e filho que reforça a importância da construção de relação saudável e afetuosa, apesar dos erros

O livro "mamãe zangada" da alemã Jutta Bauer reflete a maternidade real e respeitosa e traduz como as relações podem ser construídas de forma saudável, apesar dos erros. 

Conforme pontuado por Cristiane Rogério, escritora e especialista em Arte Educação na contracapa da obra: "Esse livro mostra que todos nós estamos aprendendo a viver. Inclusive as mães". 

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Na obra ilustrada, publicada originalmente com o nome 'Schreimutter' e traduzida para o português por Sofia Mariutti, uma mamãe pinguim grita com o filho "tão forte" que ele se despedaça e todas suas partes vão parar em locais distintos do mundo. As asas foram para a floresta, o bico para as montanhas e a cabeça foi para o espaço. 

Ao longo da história, o pequeno pinguim tenta juntar os pedaços e se recompor. Porém, sozinho, não é possível. "No fim do dia, bem cansadas, as patas tinhas chegado ao deserto do Saara, quando uma grande sombra se deitou sobre elas", indica o conto no ápice da história. 

 

Jaqueline Fonseca / CB/DaPress -
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A mamãe zangada apareceu em um enorme navio e sobrevoando o deserto, ela trouxe todos os pedaços do pinguim descomposto pelo grito. A mamãe recolheu e costurou todos os pedaços do pinguim. 

É assim a vida da mãe que busca uma educação respeitosa e amorosa, mas falha, como todo ser humano e busca, dentro das possibilidades, consertar os erros. Educação respeitosa não é sobre ser perfeita ou permissiva, é sobre valorizar o diálogo e a empatia.

Mamãe zangada constrói uma relação mútua de afeto e confiança com seu bebê, apesar dos erros que os adultos cometem diariamente. 

A psicóloga Daniela Carolino, especialista em projetos voltados para a família, com foco na psicologia junguiana e na arteterapia reflete que o livro traz uma visão muito real da maternidade. "Por mais que a gente queira agir sempre da melhor forma com as crianças, erros acontecem, e o mais importante é justamente isso: reparar, acolher e restaurar o vínculo. Na psicologia junguiana e na arteterapia, essa ideia de “costurar os pedaços” é muito simbólica. Mostra que a criança não só sente o impacto da ruptura, mas também tem a chance de se reconstruir com o suporte da mãe", pondera.

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O livro Mamãe Zangada foi publicado no Brasil pela Companhia das Letrinhas em 2025. 

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