
Após estrear com apenas 19 anos em Presença de Anita, em 2001, Leonardo Miggiorin ficou conhecido por seus papéis em novelas de sucesso, como Mulheres apaixonadas (2003), Senhora do destino (2004), Cobras e lagartos (2006) e Insensato coração (2011), na Globo, entre outras, como A Terra Prometida (2016), na Record. Agora, ele pode ser visto como o presidiário homossexual Rafuda na badalada Beleza fatal, da Max, que está sendo apresentada também na Band.
"Adoro personagens complexos, desafiadores, que saem do lugar comum. Me preparei junto com a equipe, primeiro testando próteses para a caracterização. E muito estudo do texto, da situação no presídio. Foi uma preparação individual, pois a novela já havia começado e entrei para uma participação nos últimos capítulos", contou ao Correio o ator de 43 anos.
Mas, para além de sua carreira artística, o mineiro também é formado em psicologia e psicodrama, e se dedica a projetos sociais, como ajudar idosos em vulnerabilidade. Há mais de 25 anos, Leo tem se dedicado a interpretar personagens complexos e desafiadores. "Hoje me sinto mais autêntico como artista", disse ele. "Tenho mais consciência de questões sociais e percebo a função social da arte."
Seu papel favorito até hoje foi o de Zezinho, em Presença de Anita, que marcou sua carreira e o tornou conhecido do grande público. "É uma marca forte em minha vida e as lembranças daquela época me remetem a quem sou na essência", disse ele.
Questões humanas
Além de sua carreira artística, Leonardo Miggiorin acredita que sua formação o ajuda a compreender questões humanas, afetivas e relacionais. "A psicologia me ajuda a compreender questões humanas, afetivas, relacionais", disse ele. "Eu quase não vejo separação entre a arte e a psicologia, pois caminham juntas."
Miggiorin também se dedica a projetos sociais, como ajudar idosos em vulnerabilidade. Ele é Embaixador Guardião do Instituto Velho Amigo, que cuida de pessoas idosas há muitos anos. "Eu me tornei amigo das pessoas do instituto e das senhoras de Heliópolis", disse ele. "Falo com algumas delas constantemente. Criamos laços de amizade e afeto."
O ator também planeja implementar o Teatro Terapêutico, um projeto que visa promover saúde e conexão através da arte. "Vamos começar com uma turma neste segundo semestre de 2025", disse ele. "Será uma experiência nova, para promover saúde nas pessoas."
Futuro
Neste ano, Leonardo Miggiorin encenará em São Paulo seu monólogo Não se mate, baseado nos poemas de Carlos Drummond de Andrade, após temporadas de sucesso no Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Para os próximos anos de sua carreira, Leo. "Me tornar um artista ainda mais autêntico", disse ele. "Preservar minha marca como artista e como agente social, promovendo saúde e educação." Além disso, ele também planeja dirigir espetáculos e promover mais oportunidades para quem precisa ou tem vontade de se desenvolver. "Quero continuar fazendo o que amo, que é a arte, e ao mesmo tempo, fazer a diferença na vida das pessoas", disse ele.
Entrevista | Leonardo Miggiorin
Como você se sente após mais de 25 anos de carreira como ator? E qual foi o seu papel favorito até hoje, e por quê?
Hoje me sinto mais autêntico como artista. Tenho mais consciência de questões sociais e percebo a função social da arte. São muitos anos numa relação com o público pelas ruas e atualmente nas redes sociais também. Sou feliz por ter uma marca como ator: meus personagens são lembrados até hoje. Zezinho de Presença de Anita, Shao Lin, de Senhora do destino, e Otniel, de A Terra Prometida, são alguns. Recebo muito carinho por conta desses papéis. Acho que meu papel favorito foi o Zezinho, pois é uma marca forte em minha vida e as lembranças daquela época me remetem a quem sou na essência.
Você pôde se rever em novelas como Cobras e lagartos (2006) e Viver a vida (2009), que deixaram recentemente o Canal Viva. Gosta de se ver no passado?
Sempre tive uma certa rejeição com a minha imagem. Sou muito crítico. Já fui muito duro comigo mesmo. Mas, aprendi a me respeitar e com o tempo, passei a gostar de me ver em cena. Acho que é uma questão de autoestima também. Hoje me conheço e me aceito muito mais. Mas, nem sempre quero assistir, prefiro realizar as cenas, entregar ao público.
De que forma você acha que sua carreira foi moldada ao longo dos anos?
Foi moldada através de personagens públicos. Eu me tornei, em parte, um elemento conhecido pelo público. Isso moldou minhas escolhas, meu comportamento, minha forma de me relacionar com o mundo. Quando entro em um táxi, o motorista acaba comentando sobre algum personagem, sobre novelas, sobre a arte, enfim…acabo tendo conversas com desconhecidos que me conhecem. Faço muitas amizades e muitas portas se abrem com isso. É um grande privilégio, eu reconheço.
E a experiência ao interpretar o presidiário Rafuda em Beleza fatal? Como você se preparou para o papel?
Foi engraçado, porque eu não imaginava que seria este o personagem quando me chamaram. Foi lendo o texto que me dei conta de que meu personagem seria o Rafuda. E quando percebi isso eu pensei: uau, que máximo! Adoro personagens complexos, desafiadores, que saem do lugar comum. Me preparei junto com a equipe, primeiro testando próteses para a caracterização. E muito estudo do texto, da situação no presídio. Foi uma preparação individual, pois a novela já havia começado e entrei para uma participação nos últimos capítulos.
Sente-se mais confortável atuando em drama ou em comédia?
O drama parece mais confortável inicialmente, foi por onde comecei. Mas, fazer comédia é uma grande alegria, trocar com a plateia e provocar o riso é magnífico! É um desafio que exige que o artista se conecte muito com o público.
O que inspirou você a criar um monólogo baseado nos poemas de Carlos Drummond de Andrade? E qual é a mensagem que você gostaria de transmitir ao público com essa peça?
Este texto me foi apresentado pelo Giovani Tozi, dramaturgo e diretor da peça. Durante a pandemia ele me disse; tenho um personagem que é a tua cara. Eu perguntei por que? Ele disse: porque está em crise! (risos). A peça fala de superação de um jeito bem humorado. Fala de saúde mental com poesias e comédia. Um encontro muito bonito que sensibiliza o público e ao mesmo tempo diverte.
De que maneira você acha que sua formação em psicologia e psicodrama influencia seu trabalho como ator?
A psicologia me ajuda a compreender questões humanas, afetivas, relacionais. Eu quase não vejo separação entre a arte e a psicologia pois caminham juntas. São vieses distintos, mas complementares. A arte é onde experimento a vida em sua potência afetiva. Na psicologia, observo e reflito sobre todos os movimentos da alma.
Como você se envolveu com o trabalho de ajudar idosos em vulnerabilidade, e qual é a importância desse trabalho para você?
Eu me tornei Embaixador Guardião do Instituto Velho Amigo, que cuida de pessoas idosas há muitos anos. Comecei fazendo estágios como voluntário e me tornei amigo das pessoas do instituto e das senhoras de Heliópolis. Falo com algumas delas constantemente. Criamos laços de amizade e afeto. Um trabalho esse sinal pra saúde da nossa sociedade. Todos nós precisamos nos doar aos que estão mais vulneráveis.
Como você planeja implementar o Teatro Terapêutico?
Vamos começar com uma turma neste segundo semestre de 2025. Será uma experiência nova, para promover saúde nas pessoas. Muita gente me procura e me pergunta sobre aulas de teatro, inclusive aqueles que não querem atuar, mas querem experimentar a vivência do teatro. Teatro promove saúde e conexão. As pessoas estão precisando ainda mais disso tudo.
Qual é o seu objetivo para os próximos anos de sua carreira?
Me tornar um artista ainda mais autêntico. Preservar minha marca como artista e como agente social, promovendo saúde e educação. Atualmente dou aula de psicologia numa universidade aqui em São Paulo. Trabalho com projetos sociais e teatro. Quero dirigir espetáculos e promover mais oportunidades para quem precisa ou tem vontade de se desenvolver.
Diversão e Arte
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