
Crítica // Extermínio: a evolução ++++++★
Com todo o teor de ecletismo de quem já conduziu 127 horas (2010), Trainspotting (1996) e Yesterday (2019), entre muitos outros títulos de franca ponte como público, o diretor britânico Danny Boyle lidera Extermínio: A evolução. Permeado por diversidades de zumbis, que inclui até um temido alfa, o filme trata de um rito de passagem pra o jovem Spike (Alfie Williams). Ao lado do pai, Jamie (Aaron Taylor-Johnson), o menino viverá a experiência de chegar ao continente, diante da realidade de uma doença disseminada pelo mundo e que resultou numa incontável horda de zumbis. No percurso, Spike formará aliança com um combatente da Marinha sueca, Erik, e cuidará da debilitada mãe, Isla (Jodie Comer).
No contato com zumbis diversificados, entre os quais, os lerdos rastejantes, Spike será estimulado a matar a esmo. Tudo como um bom garoto de sólida comunidade isolada em uma ilha. Todos, virtualmente, estarão a salvo. No filme de terror evidente, a velocidade da edição, entre cenas de mutilação e afins, gera muito efeito. Talentoso e múltiplo, o ator Ralph Fiennes dá um show, na pele do ermitão, e doutor, Kelson.
O personagem Kelson é um poço de esperança, dentro de filme violento e tenso. Desordenada, a mente do jovem protagonista é muito conflituosa, e não será poupada, até mesmo pelo entrosamento com uma visão de mundo que prega o "momento mori" (grosso modo, a aceitação da morte). Manipulação de morfina e um monumento dedicado ao culto a crânios e ossos também abalam. No elenco, outro que desponta é Jack O´Connell (de Pecadores), mas num papel que não convém entregar.
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Junto com cenas de arrepiar, como a da confraternização dos zumbis, num riacho, e a de um trem abandonado (no qual, há explícito, o parto de uma zumbi grávida), o filme é puxado por notável impacto. A morte passa muito perto de vários personagens, sempre tirando fininho absurdo. Inspirado, o roteiro de Alex Garland, o mesmo do primeiro filme, feito há 23 anos, é de tirar o fôlego.
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