Teatro

Musical que celebra os 30 anos da TV Colosso chega a Brasília

Programa fez sucesso nos anos 1990 com personagens caninos

TV Colosso — O musical Hoje, às 17h, e amanhã, às 15h e às 17h30, no Teatro UNIP -  (crédito:  JP Hachiya)
TV Colosso — O musical Hoje, às 17h, e amanhã, às 15h e às 17h30, no Teatro UNIP - (crédito: JP Hachiya)

Quando o produtor e diretor Luiz Ferré recebeu o convite para fazer um programa matinal para a televisão, a ideia de colocar no ar um tampão que deveria durar quatro meses. Mas a TV Colosso fez tanto sucesso que entrou para a programação fixa da Globo e ali permaneceu quase cinco anos. Agora, a turma da Priscila e do Gilmar completam 30 anos e Ferré resolveu reanimá-los no espetáculo TV Colosso — O Musical, em cartaz hoje e amanhã no Teatro Unip. 

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Dividem o palco alguns dos personagens mais famosos do programa, como Priscila, Gilmar, Capachão e Malabi. "É um espetáculo que tem esses personagens intercalados por números musicais de músicas icônicas do repertório", avisa Ferré. "Temos, por exemplo, a música do cozinheiro, um momento super lembrado por todo mundo, e a música de abertura, Eu não largo o osso (Sullivan Massadas). E tudo dentro de uma dramaturgia de uma história que fala sobre presente, passado e futuro." 

O roteiro foi pensado para contemplar a saudade dos fãs e para apresentar os personagens para as novas gerações. "É um projeto que lida com um cânone da cultura pop brasileira", acredita Ferré. O programa foi ao ar, pela primeira vez, em abril de 1993. "O roteiro foi pensado para contemplar a saudade dos fãs com uma galeria de personagens que fizeram sucesso e estão presentes na memória do público." No palco, há vários tipos de bonecos que se movimentam com base em diferentes técnicas de manipulação. É um espetáculo de animação que reúne desde bonecos de luva até bonecos grandes, de vestir, e os animatrônicos, cuja cabeça é movimentada por rádio e controle, com movimentos de manipulação mecânicos e eletrônicos. 

O formato da TV Colosso não chegava a ser inovador: apresentado por bonecos, tal qual clássicos da televisão como Os Muppets, o programa reunia quadros de piadas e historinhas com desenhos animados para as crianças. "Pensei em fazer uma TV com cachorros porque TV, todo mundo tem em casa, é uma paixão brasileira, e cachorro, quem não gosta de cachorro? Eu achava que era uma fórmula que não tinha muito erro", conta Ferré, que se inspirou em pessoas reais para criar os personagens e aproveitou para fazer algumas homenagens. 

Para escrever os roteiros e as piadas, Ferré contava com um time de amigos cartunistas talentosos, como Laerte, Glauco, Luiz Gê e Valério Campos. "Um time que, também acho, foi uma das razões do sucesso", acredita. "A gente tinha um casting muito legal, uma liberdade muito grande de propor coisas, um grupo de redatores e escritores muito bons. Eu sou artista gráfico também, sequencial, faço quadrinhos, então achava que tinha que recorrer a uma narrativa com esse método, contar uma história em três pequenas piadas intercaladas com desenhos animados."

O projeto tinha algo de pop e Ferré garante que não foi pensado exclusivamente para o público infantil. Era, ele diz, um programa de humor, repleto de assuntos nacionais e destinado a toda a família. "Acho que esse foi o segredo do sucesso e da empatia com o público brasileiro que até hoje acontece no palco", diz.

No espetáculo, foi necessário inserir o universo dos 998 episódios em apenas uma  hora. A ideia foi então desenhar um retrato dos personagens com foco no que estariam fazendo hoje, mas sem se afastar da essência da época. Priscila se tornou uma cantora famosa prestes a fazer um show e as mesmas pulguinhas que tentavam sabotar o programa se empenham para sabotar o musical. Gilmar, o faz tudo da TV Colosso, é sequestrado por robôs de uma galáxia distante para resolver um problema de audiência no futuro. Apesar de muito bem produzida pelos robôs, a TV Colosso interplanetária carece de público. 

Tudo é pontuado por músicas que fizeram sucesso nos anos 1990 e foram repaginadas, com arranjos mais contemporâneos, pelo produtor musical Fernando Figueiredo. No total, a TV Colosso lançou quatro discos. Desse material foi extraída a trilha sonora do musical. "São músicas divertidas, dançantes, engraçadas", garante Ferré. O programa foi encerrado em 1997, após uma mudança na legislação proibir propagandas de certos produtos destinados a crianças. Os anunciantes desapareceram e a cachorrada ficou sem patrocínio. 

TV Colosso — O musical

Hoje, às 17h, e amanhã, às 15h e às 17h30, no Teatro UNIP (SGAS Quadra 913, Conj. B, SHCS). Ingressos: entre R$ 15 e R$ 100, no Sympla. Classificação indicativa livre, menores de 12 anos acompanhados dos pais ou responsáveis legais.

 

 

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TV Colosso — O musical
    TV Colosso — O musical Foto: JP Hachiya
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TV Colosso — O musical
    TV Colosso — O musical Foto: JP Hachiya
postado em 21/06/2025 05:45 / atualizado em 21/06/2025 09:33
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