Morreu na noite desta segunda-feira (28/7), em São Paulo, o bailarino e coreógrafo Décio Otero, aos 92 anos. Fundador do Ballet Stagium, a morte foi confirmada às 22h50, segundo comunicado do grupo publicado nas redes sociais. “O céu ficou mais bonito”, escreveu o Stagium. “Seu legado de mais de 80 Obras Primas viverá em cada um de nós.”
A Fundação Nacional de Artes (Funarte) também homenageou o artista, destacando a ousadia, sensibilidade e compromisso com a cultura brasileira. Atualmente, o Complexo Cultural Funarte SP abriga o Projeto Joaninha, realizado com o Ballet Stagium, oferecendo aulas gratuitas de balé para crianças da rede pública
O portal especializado em dança Mud descreveu Décio como uma pessoa que “fez da dança um gesto político, poético e coletivo", em uma "trajetória que atravessa mais de sete décadas, unindo palcos, televisão, formação de artistas e uma criação profundamente conectada com o Brasil".
Nascido em Ubá (MG), Décio iniciou os estudos em dança em 1951, aos 17 anos. Em 1956, ingressou no Ballet do Theatro Municipal do Rio, onde se tornou solista. Nesse período conheceu a bailarina Marika Gidali, com quem fundou, anos depois, o Ballet Stagium e se casou.
Teve passagens por companhias da Suíça, Alemanha e Dinamarca, e foi premiado por interpretações marcantes em peças como Cisne Negro e Yara. Em 1970, de volta ao Brasil, atuou no Ballet de Minas Gerais e participou do programa Convite à dança, na TV Cultura, antes de criar o Stagium com Marika. Ao longo da carreira, criou mais de 100 coreografias para a companhia.
Otero foi reconhecido com o Prêmio Governador do Estado de SP (1961), diversos prêmios APCA nos anos 1970 e a Ordem do Mérito Cultural do DF, em 2005. Também publicou dois livros: As Paixões da Dança (1999) e Marika Gidali (2001).
Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular
Saiba Mais
