
Acompanhei a trajetória de Ângela Ro Ro desde 1979, quando houve um boom de novas cantoras na música popular brasileira. Além dela, surgiram Simone, Marina Lima, Joyce e Fátima Guedes e Zizi Possi. Cada uma com seu estilo, todas tiveram a aprovação do público, ao lançar disco e fazer show. Atento ao que ocorria, escrevi matéria no Correio Braziliense sobre cada uma delas.
Em 1980, Ro Ro veio a Brasília pela primeira vez, para o show de lançamento do primeiro LP. Um dia antes da apresentação, na Sala Funarte, cujo palco, à época, dava ótima acolhida aos novos valores da MPB, a entrevistei e fui surpreendido com revelações que deixavam clara o quanto era antenada com a realidade, ao fazer comentários desabonadores da vigente ditadura militar.
Fui assistir ao show e fiquei encantado com a voz —, um tanto rouca e sensual —, a interpretação e o visual daquela representante da nova MPB, recebida por calorosos aplausos da plateia, na qual havia predominância de jovens. Amor meu grande amor, parceria dela com Ana Terra, foi cantada em coro por todos. Também teve ótima acolhida Simples carinho, composição de João Donato.
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Como estabelecemos uma relação amistosa, certa vez ela me ligou de Goiânia, onde ia se apresentar, para saber se eu conseguiria marcar um show dela em Brasília. À época, o Feitiço Mineiro era o palco alternativo mais buscado na capital. Entrei em contato com Jorge Ferreira, proprietário do estabelecimento, que se entusiasmou com a ideia e, mesmo com pouca divulgação, o local ficou lotado para ouvi-la.
Diversão e Arte
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