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Furacão da Copa: Gui Ferraz vive mito do futebol em série nacional da Netflix

Gui Ferraz fala sobre desafio de interpretar Jairzinho na série "Brasil 70, a saga do tri", da Netflix, e emoção de reviver um momento histórico. "Poder comemorar e simbolizar momentos eternos, nos mostra o quão grande é o nosso país e nossa nação", diz

Gui Ferraz, ator -  (crédito: Divulgação)
Gui Ferraz, ator - (crédito: Divulgação)

A Copa de 1970 não foi apenas uma conquista esportiva, mas um evento que marcou a alma do Brasil, um raio de alegria em um período sombrio de ditadura militar. Agora, a Netflix se prepara para reviver essa saga épica na série Brasil 70, a saga do tri, dirigida por Pedro e Paulo Morelli. E no centro do ataque, vestindo a camisa 7, estará o ator Gui Ferraz, encarregado de dar vida a um dos maiores mitos do futebol: Jairzinho, o 'Furacão da Copa' — apelido conquistado por ser o único brasileiro a marcar gols em todos os jogos de um Mundial.

O elenco de peso ainda conta com Rodrigo Santoro como o lendário técnico João Saldanha; Bruno Mazzeo como Zagallo; e Marcelo Adnet e Ravel Andrade em papéis ainda não revelados. Com as gravações em andamento no Brasil e no México, Gui Ferraz concedeu uma entrevista exclusiva para falar sobre a enorme responsabilidade de calçar as chuteiras de um herói nacional.

Interpretar Jairzinho, conhecido pela força física implacável, velocidade explosiva e a comemoração característica de braços abertos, exigiu muito mais do que talento dramático. Ferraz revela que o processo foi "bastante intenso", envolvendo desde "treinamentos físicos, ao estudo profundo sobre a mentalidade de um atleta multicampeão".

Para replicar os movimentos do ídolo em campo, o ator passou por um processo "muito exaustivo". "Precisávamos estar preparados para realizarmos diversas vezes as mesmas jogadas com excelência em todos os takes", explicou. Sobre o gestual único de Jairzinho, Ferraz conta que foi algo que surgiu naturalmente: "de dentro pra fora, de uma forma muito natural que eu não sei explicar".

Para além dos lances de jogo, a pesquisa de Ferraz se aprofundou na psicologia do craque. O que ele descobriu foi a mentalidade inabalável necessária para chegar ao topo. "É curioso como a mente de um atleta de alto nível precisa estar blindada para lidar com a pressão. Não há espaço para a dúvida. São frações de segundos que mudam a história. A confiança é um elemento intrínseco", refletiu o ator.

Clima de Seleção

A experiência de filmar nos mesmos locais que consagraram a Seleção de 70, no Brasil e no México, é descrita por Ferraz como "catártica". "Poder comemorar e simbolizar momentos eternos, nos mostra o quão grande é o nosso país e nossa nação", disse, destacando o privilégio de, como ator, reviver a história.

Esse espírito de time parece se estender para os bastidores. Questionado sobre a dinâmica com os diretores Pedro e Paulo Morelli e com colegas como Rodrigo Santoro e Bruno Mazzeo, ele foi enfático: "Tanto o Pedro, quanto o Paulo e o Quico são diretores maravilhosos! Há uma sintonia singular no nosso projeto. Tivemos uma preparação de dois meses que fez toda a diferença".

A série promete ir além dos gramados, abordando o contraste entre a euforia da conquista do tri e o contexto de repressão da ditadura militar. Sobre como a narrativa abordará essa tensão, Ferraz foi misterioso, mas deixou uma provocação: "Realmente foi um momento político nefasto na história da nossa democracia, quando todos os direitos foram cerceados. Vocês vão precisar assistir à série para saber como a narrativa irá se desenvolver".

Sonho não sonhado

Nascido e criado no Rio de Janeiro, Gui Ferraz cresceu imerso na cultura do futebol e na história do tri. Representar um momento tão importante da cidade e do país é, para ele, algo surreal. "Acredito que isso aconteça poucas vezes na nossa vida de artista; a realização de um sonho, sem você nem ter sonhado com isso", disse. "Onde a união de todos os fatores viessem a convergir com a minha pessoa, a minha experiência, minha personalidade e minhas valências físicas, psicológicas e artísticas. Preciso confessar que a ficha ainda não caiu…"

Com uma trajetória que começou na TV, em Malhação Conectados; passou pelos palcos, em Gota d'água; e se consolidou no cinema em filmes densos como Marighella, Ferraz credita ao teatro a base para um desafio desta magnitude. "O teatro é a casa do ator e da atriz, o lugar onde nos colocamos completamente despidos. Acontece algo no palco que só quem passa por ele sabe".

Para o ator, fazer parte de um projeto tão ambicioso é mais do que um marco na carreira: é uma celebração do espírito brasileiro. "Muitas vezes me pego pensando na importância do futebol na vida da população brasileira. Esse projeto me mostrou o quão belo é o nosso espírito. Poder contar essa história, sobre uma seleção épica, é mais do que um sonho".

E ele finaliza com um dado que sintetiza a grandeza do personagem que interpreta: "Quando menino, sonhei em jogar bola, mas não viver um atleta campeão do mundo, o único jogador a marcar gol em todos os jogos de uma Copa do Mundo".

 


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postado em 18/09/2025 08:00
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