Cultura

Festival de dança promove intercâmbio cultural entre Brasília e o mundo

Com programação para duas semanas de outubro, o Movimento Internacional da Dança domina o Centro Cultural Banco do Brasil e o Espaço Cultural Renato Russo

Espetáculo Bebê Groove  -  (crédito:  Nathalia Britto Mariano/ Divulgação )
Espetáculo Bebê Groove - (crédito: Nathalia Britto Mariano/ Divulgação )

Preenchendo dois dos principais palcos do Distrito Federal, o Movimento Internacional da Dança (MID) apresenta programação entre 2 e 19 de outubro com a dança em diferentes vertentes. Com 28 coreografias, sendo 20 delas de Brasília, o MID toma conta do Centro Cultural Banco do Brasil e do Espaço Cultural Renato Russo. A edição coloca a dança para representar as relações entre África, França e Brasil.

A abertura do MID será do grupo francês G.U.I.D. (Groupe Urbain d'Intervention Dansée), comandado pelo camaronês radicado em Paris Bouba Landrille Tchouda e conta com sete jovens brasileiros do Rio de Janeiro e Pernambuco. A perfomance, chamada Até aqui tudo bem, exalta os corpos negros e periféricos do Brasil. "É um manifesto visual e político que explora a juventude negra e suas formas de resistência, expressando a vitalidade das danças urbanas em diálogo com as questões sociais", exalta Sergio Bacelar, diretor-geral do MID.

O Movimento Internacional da Dança terá o Palco Aberto, programação que evidencia 12 coreografias do Distrito Federal de até sete minutos. "É o coração do MID, que nasceu desse desejo de aproximar e quebrar preconceitos e estigmas dos muitos tipos de dança. É onde mais se concretiza o desejo de unir corpos e estilos diversos num mesmo tempo e lugar. O Palco mostra o vigor e a diversidade da dança praticada em Brasília", destaca o diretor-geral.

Em entrevista ao Correio, Sergio Bacelar fala sobre a história do Movimento Internacional da Dança, os destaques da edição de 2025, a importância cultural do evento para a capital e a programação infantil do evento. 

Movimento Internacional da Dança

Entre os dias 2 e 19 de outubro, no Centro Cultural Banco do Brasil e no Espaço Cultural Renato Russo. Confira a programação detalhada no site do MID.

Quatro perguntas para Sergio Bacelar, diretor-geral do MID

Como surgiu o Movimento Internacional da Dança (MID)

Surge do sonho de criar um palco imenso sem fronteiras físicas e conceituais, no qual caberia todas as danças. O desejo era, de mesmo que por um curto período, reunir as danças denominadas contemporânea, moderna, clássica, de rua, tribal; produzidas por grupos ou academias; e realizadas sejam por populares, profissionais e amadores e embaralhar tudo num mesmo território. Foi assim que nasceu o MID numa vontade genuína e intrínseca de colocar a plateia diante de uma dança, simplesmente dança. Parecia ser uma loucura, mas todo sonho para ser fantástico tem que ser lúdico e sem obediências às lógicas. Para além de apresentações de espetáculos o MID promove ações de qualificação artística; intercâmbio; e atividades socioculturais, educativas e formativas. A reunião de diversos estilos e seus públicos proporciona trocas de experiências e vivências. O Movimento Internacional de Dança é a mais importante plataforma de dança do Centro-Oeste e coloca o Distrito Federal em contato com artistas, programadores e curadores do Brasil e exterior. Ao longo das edições construímos uma ponte efetiva com a dança de diversos países.

Qual o maior diferencial dessa edição? Qual o maior destaque em relação as coreografias apresentadas?

É um convite a população de Brasília para dançar intensamente numa programação que traz a força das relações entre África-França-Brasil como um dos pilares dessa edição. Temos, no centro, corpos, sobretudo, de matrizes negra e africana, para celebrar combinações de linguagens das danças urbanas e contemporâneas, refletindo sobre identidades marginalizadas e a vitalidade dos corpos periféricos. O MID está repleto de destaques internacionais em sua programação. Mas temos também obras impactantes de brasileiros como as da coreógrafa Alice Ripoll e do multiartista Wellington Gadelha. As obras do mexicano Jaciel Neri e as demais francesas compõem este mosaico. A rede de relações históricas e culturais entre Africa-França-Brasil está sintetizada no espetáculo que abre o festival "Até Aqui Tudo Bem", do dançarino e coreógrafo camaronês radicado em Paris, Bouba Landrille Tchouda, com dançarinos brasileiros.

Como é realizada a seleção das coreografias para o MID?

O MID tem uma curadoria formada por três profissionais que ao longo do ano percorre festivais, mostras e assiste espetáculos mundo afora. Além disso, muito material produzido em vídeo é direcionado ao MID e passa pela nossa análise. As produções do Distrito Federal de longa e curta duração se inscrevem e passam por uma seletiva. Esta edição recebeu mais de cem inscrições de espetáculos do DF.


Por que a decisão de trazer uma programação voltada para o Dia das Crianças também?

O MID tem um olhar especial para com as crianças. Acredita que é fundamental a formação de novas plateias. Nada mais importante do que possibilitar aos jovens novas experiências. A ideia foi criar uma programação que abraçasse e acolhesse a todos e trouxesse novidades. As crianças vão poder assistir a Batalha de All Style, participar dos aulões de dança e, especialmente para os até cinco anos de idade, o espetáculo Bebê Groove.

 


  •  Grupo francês G.U.I.D. apresenta a coreografia Até aqui tudo bem com dançarinos brasileiros
    Grupo francês G.U.I.D. apresenta a coreografia Até aqui tudo bem com dançarinos brasileiros Foto: Fotos: Alicia Cohim/Divulgação - Renato Mangolin/Divulgação - Nathalia Britto Mariano/ Divulgação
  • Performance da carioca Alice Ripoll Zona Franca
    Performance da carioca Alice Ripoll Zona Franca Foto: Renato Mangolin/Divulgação
  • Google Discover Icon
postado em 02/10/2025 03:54
x