
A Orquestra Criança Cidadã, projeto de inclusão social do Recife, reúne jovens músicos em Concertos pela Paz, turnê internacional que enaltece a confraternidade e alerta sobre a urgência da paz mundial. Hoje, a performance chega à Praça Memorial da Paz, em Hiroshima — cidade que vive na sombra do primeiro ataque de bombas atômicas, em 1945. Além dos músicos, a iniciativa também convida outros artistas de países em conflitos para apresentação, incluindo Ucrânia, Irã e Coreia do Sul.
Localizada na ilha de Honshu, no Japão, Hiroshima comemorou 80 anos em agosto deste ano, com cerimônias silenciosas, homenagens aos sobreviventes e apelos pela eliminação de armas nucleares. O espetáculo reforça a mensagem no parque que abriga as ruínas do Domo Genbaku, um dos poucos prédios que ficou em pé perto do ponto da explosão. A Chama da Paz se faz presente na praça, e só se apagará quando não houver mais ameaças de armas nucleares no mundo.
O concerto tem 70 minutos, dividido em duas partes. A primeira, denominada Comunidade de Pessoas, inclui composições como as Bachianas brasileiras nº 4, de Villa-Lobos, e o Concerto para dois violinos em Ré menor, de J.S Bach. A segunda, Música Latino-Americana, explora a variedade de ritmos nacionais, de Piazzolla ao frevo pernambucano. Ao se encaixarem, as peças celebram a diversidade e reafirmam a paz como melodia possível.
Desde 2006, a Orquestra Criança Cidadã atua nas áreas vulneráveis da Região Metropolitana do Recife, com aulas de música, apoio pedagógico, psicológico, médico e odontológico, além de alimentação e inclusão digital. Atualmente, cerca de 450 jovens integram três núcleos de Pernambuco e mais de 2 mil crianças e adolescentes passaram pela orquestra. Para a turnê, foram selecionados 11 participantes do Nordeste, acompanhados por Antonino Tertuliano, ex-aluno que se tornou maestro do projeto.
Ainda hoje, a apresentação também se instala no Hiroshima YMCA International Cultural Center. Além da cidade japonesa, Concertos pela Paz adiciona outras datas na Ásia e na Europa, incluindo Seul, no Youngsan Art Hall, e Osaka para a Expo 2025, no Pavilhão Brasil. O encerramento acontece no Vaticano, em 8 de outubro, na Praça de São Pedro, em frente ao papa Leão XIV.
*Estagiária sob a supervisão de Severino Francisco
Diversão e Arte
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