Quando Rogério Caetano era criança, o pai, colecionador de discos, costumava mostrá-los ao filho, para introduzir novos artistas ao repertório musical. Um deles foi o Regional do Canhoto, grupo que ficou ativo desde o fim dos anos 1930 até o início da década de 1980. Caetano decidiu seguir carreira na música, como compositor, produtor e especialista no violão de 7 cordas. Depois de 13 álbuns autorais lançados, reuniu os músicos Ana Rabello, Luis Barcelos, Marcus Thadeu e Magno Júlio para o projeto Regional do Caetano, em homenagem ao Regional do Canhoto, lançado no último mês.
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O disco é composto por oito canções: sete composições autorais inéditas de Caetano e Um Chorinho em Cochabamba, de Eduardo Neves, todas pensadas para serem tocadas em formato de Regional. "Nós somos de uma linguagem completamente conectada com a criatividade e improvisação, e absorvemos determinado conhecimento de uma linguagem e depois começamos a nos expressar da nossa forma", diz Caetano.
"Cada um de nós toca de forma diferente, dentro da mesma linguagem, colocando sua marca e assinatura. E é isso que a gente faz nesse disco, mas com respeito a esses músicos mais velhos que formaram o Regional do Canhoto", finaliza.
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Para o Regional do Caetano, explica o compositor, a ideia foi criar músicas que fossem de fácil conexão com o público, "que você vai ouvir e sair assobiando". "Compor uma música simples, de fácil entendimento, mas que tenha uma substância legal e em relação à riqueza de variedade de ritmos que o Brasil tem", afirma.
O álbum apresenta diferentes ritmos brasileiros, referência à riqueza musical do Regional do Canhoto, que exploraram desde o choro, samba, polca à ritmos vinculados à música latina e africana.
O processo de gravação do disco também seguiu a tradição do Regional: ao vivo. "A música feita de forma verdadeira deixa o disco mais quente", diz Caetano. "Nesse tipo de música, nem sempre precisa tocar muito. No processo criativo, a gente sempre pensou para menos, no sentido de menos é mais. Todo mundo toca na medida certa, nem mais, nem menos. Esse disco mistura a maturidade dos integrantes, que tocamos o que a música precisava."
*Estagiária sob a supervisão de Severino Francisco
