Gastronomia

Cordeiro é opção sofisticada de carne: veja onde comer

O cordeiro é uma das opções mais requintadas e saborosas quando o assunto é carne vermelha. De sabor marcante e levemente adocicado, a proteína é conhecida por sua suculência e maciez

Costeletas do lombo do cordeiro, o carré francês faz parte do cardápio do Açougue do Berg -  (crédito:  Bruna Gaston CB/DA Press)
Costeletas do lombo do cordeiro, o carré francês faz parte do cardápio do Açougue do Berg - (crédito: Bruna Gaston CB/DA Press)

Apesar de não tão popular, a carne de cordeiro é uma pedida extremamente sofisticada e deliciosa para os amantes da boa gastronomia. De sabor marcante e levemente adocicado, os cortes da proteína se diferenciam das demais carnes vermelhas por sua suculência e maciez, que a tornam uma opção suave e refinada. “O sabor do cordeiro é levemente mais intenso do que o da carne bovina, porém mais delicado do que a carne do carneiro adulto. Tem notas de ervas, levemente adocicadas, principalmente em cortes como o carré e a paleta”, explica Valmir Biberg, proprietário do Açougue do Berg.

Mesmo versátil, a carne de cordeiro está longe de ser consumida em grande quantidade no Brasil, aponta Biberg, também conhecido como Berg. “Por isso, os cortes mais procurados são as figurinhas carimbadas, como as costeletas, de onde sai o carré, e a paleta, mais utilizada em cozidos”, detalha o proprietário do restaurante. Um dos motivos pelos quais muita gente ainda torce o nariz para a carne é a clássica confusão entre cordeiro e carneiro, que não são a mesma coisa. O cordeiro é um animal jovem, abatido antes dos 12 meses, com carne rosada, macia e sabor delicado. O carneiro, por sua vez, é mais velho, abatido após um ano, com carne mais escura, fibrosa e de sabor intenso.

Ainda segundo Berg, o sabor característico do cordeiro vai bem com vários temperos e ervas: desde os mais robustos, como alho, alecrim, tomilho, hortelã, até especiarias mais exóticas — cominho, coentro, páprica, açafrão. “Assim, a carne permite criações culinárias bem próprias”, finaliza.

 

Opção obrigatória

Casa especializada em cortes premium assados na parrilla argentina, o Açougue do Berg surgiu como solução à dificuldade de três amigos de encontrarem um restaurante capaz de atender às peculiaridades de diferentes famílias — filhos adultos, crianças, adolescentes, netos e gostos diversos de gastronomia. “É uma homenagem à amizade e à boa comida”, define o proprietário Valmir Biberg, também conhecido como Berg. “É um lugar de altíssimo padrão, mas que recebe os clientes de maneira aconchegante, com risadas, longas permanências e muita diversão. Diversão familiar, amigos dando risadas e restaurantes de alto padrão quase nunca se encontram”, opina.

Em meio a opções suínas e bovinas, os ovinos também têm vez no Açougue do Berg. “Restaurantes de carnes precisam oferecer carne de cordeiro, mas sempre compreendendo suas peculiaridades”, aponta o proprietário. O destaque da casa é o corte considerado o mais nobre da proteína, o carré francês (R$ 165 — 500g), que reúne as costeletas do lombo do cordeiro, com os ossos limpos e expostos. “Servimos apenas cordeiro uruguaio, da marca Las Piedras, com criações nas regiões de Tacuarembó, Salto e Artigas, as melhores para a criação de ovinos”, garante.

Para acompanhar, a sugestão são os acompanhamentos arroz parrillero (R$ 36), com calabresa, cebolinha e batata palha e a salada do Berg (R$ 53), com amêndoas, manga, presunto parma, tomate doce, alface americana e mostarda e mel. Quando o assunto é harmonização, as indicações são o vinho argentino Angélica Zapata Cabernet Sauvignon (R$ 429) e o rótulo chileno Casas Del Maipo Reserva Cabernet Sauvignon (R$ 120). Os que preferem drinques clássicos, podem optar pelo tradicional negroni (R$ 42).

Tradição grega

Na Grécia, o cordeiro é uma das carnes mais consumidas do país — por isso, no Zante Taverna Grega, restaurante da capital que busca perpetuar a tradição gastronômica da nação europeia, a carne faz parte de oito diferentes pratos do menu. “Trabalhamos com diferentes cortes, explorando diferentes sabores e texturas, e transitando entre pratos que variam em opções para compartilhar, individuais, entradas e principais. Cozido, assado, braseado, acebolado, frito e até dentro de sanduíche”, conta a proprietária Carolina Klavdianos.

O destaque, no entanto, vai para a paidakia (R$ 99), composta por suculentos carrés de cordeiro marinados assados em forno combinado, finalizados na brasa. O prato, eleito o melhor do mundo pelo renomado TasteAtlas, é acompanhado por batatas rústicas, redução de aceto balsâmico, geléia de hortelã e mix de castanhas com pistache. Outra estrela do cardápio, e opção “mais ousada”, segundo Carol, é a moussaka de cordeiro (R$ 135). “É uma releitura autoral de um dos mais tradicionais pratos gregos, originalmente feito com carne bovina. É o prato ideal para compartilhar”, garante Carolina.

Para harmonizar, a casa oferece opções de rótulos feitos da uva Agiorgitiko, da região de Nemeia. “Os vinhos de lá são muito consumidos com pratos que levam cordeiro, porque a acidez da fruta contrasta perfeitamente com a gordura presente na carne ovina, e os taninos macios combinam também com a estrutura da proteína”, explica a proprietária.

Sabor que complementa

No menu de um dos restaurantes mais tradicionais da cidade, a carne suculenta e macia não poderia ficar de fora. Uma das sugestões da casa no renomado Dom Francisco é o filé mignon de cordeiro grelhado (R$ 130), servido molho de hortelã, que complementa o sabor levemente adocicado da proteína, e acompanhado por cogumelos frescos e aligot de mandioca.

Para harmonizar com o prato, o restaurante oferece cerca de mil rótulos, oriundos de 26 países, que variam de R$ 72 a quase R$ 16 mil. A seleção contempla todos os estilos de espumantes, brancos, rosés, tintos e fortificados, incluindo exemplares veganos, biodinâmicos, naturais e de mínima intervenção.

Cordeiro à moda indiana

O indiano Kamal Bishnoi fincou raízes na capital do Brasil há mais de 15 anos, porém, sem nunca deixar as origens de lado. Por isso, em 2019, ele abriu as portas do Indian Lounge Restaurante, no intuito de representar a culinária do país de origem em Brasília. "Aqui, temos o que você realmente pode chamar de comida indiana. Precisamos fazer algumas adaptações, claro, porque a maioria dos brasileiros não consome pimenta igual consumimos na Índia, então damos opções para os nossos clientes. Eles podem escolher o nível de picância dos pratos entre zero, pouco, médio, muito ou spicy indiano", explica o proprietário.

No menu, o carro-chefe dá destaque para a carne de cordeiro, também popular no país asiático. O tradicional kashmiri mutton Rogan Josh (R$ 57,99) é feito com pedaços de cordeiro e molho baseado em cebola, alho, gengibre e especiarias aromáticas. "São, no total, sete temperos na receita, além da cebola, alho e gengibre, que dão um gosto bem diferente. Ele combina, inclusive, com esse período de frio, pois esquenta muito bem", diz Kamal. O prato é acompanhado por chapati, o pão indiano, e uma porção de arroz.

Para harmonizar, a sugestão é a sherbet (R$ 10,99 — 400ml), bebida muito popular na Índia. "Ela acompanha muito bem nossos pratos, porque é refrescante. Ela é feita com águas de rosas e um toque de limão, então ameniza bem a pimenta", detalha.


Onde comer?

Açougue do Berg
St. de Clubes Esportivos Sul Trecho 2 (ao lado da ASBAC)
Segunda, das 12h às 16h
De terça a sábado, das 11h45 à 0h
Domingo, das 11h45 às 22h

Dom Francisco
CLS 402, bloco B, lojas 9 a 15
De segunda a sexta, das 11h30 às 15h30 e das 19h à 0h
Sábado, das 11h30 à 0h
Domingo, das 11h30 às 17h
St. de Clubes Esportivos Sul Trecho 2 Conjunto 31
De segunda a sábado, das 12h às 23h
Domingo, das 12h às 17h

Indian Lounge Restaurante
CLS 411, bloco D, loja 2
Todos os dias, das 11h às 22h

Zante Taverna Grega
CLS 405, bloco D, loja 6
De terça a sexta, das 12h às 22h30
Sábado, das 12h às 16h e das 19h às 22h30
Domingo, das 12h às 16h

postado em 27/06/2025 06:00
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