Artes visuais

Um passeio pela arte em um roteiro de exposições em cartaz na cidade

Que tal aproveitar o recesso para visitar as exposições em cartaz na cidade? Confira um roteiro das mostras com portas abertas neste fim de semana

No fim de semana pós-Natal, com o ritmo desacelerado pelos recessos, vale aproveitar para colocar em dia o roteiro de visitação de exposições. E como o feriado caiu durante a semana, alguns museus e centros culturais estarão de portas abertas para receber o público. Confira o que visitar.

Para rir e refletir

Com curadoria de Ismael Monticelli e Clarissa Diniz, MEME: no Br@sil da memeficação, em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), convida o público a mergulhar no universo de uma linguagem tão popular e disseminada que é capaz de comunicar nos mais amplos espectros temáticos e de público.  "A gente começou a pensar um pouco sobre essa linguagem e a relevância que tem para o Brasil. Pensar na ideia do meme como um processo, como nós brasileiros pegamos quase qualquer coisa e transformamos em um comentário vinculado ao humor", disse Monticelli. A exposição reúne centenas de memes reproduzidos sobre suportes variados em uma expografia que inclui telas digitais, pinturas, fotos, vídeos e até artes visuais. Há obras de artistas como Nelson Leirner, Claudio Tozzi, Fúlvio Penacchi, Gretta Sarfaty e da brasiliense Pamella Anderson, mas também conteúdo produzido por perfis famosos da internet como Blogueirnha, Greengo Dictionary, John Drops, Melted Vídeos, Alessandra Araújo e Porta dos Fundos. 

MEME: no Br@sil da memeficação

Curadoria: Clarissa Diniz e Ismael Monticelli, com a colaboração do @newmemeseum. Visitação até 1º de março de 2026, de terça a domingo, das 9h às 21h. Classificação indicativa livre


Azulejaria brasileira

A artista Lígia Medeiros buscou em Brasília a inspiração para os painéis de Brazulejos, em cartaz no Espaço Oscar Niemeyer e com curadoria de Renata Azambuja. A parceria de Athos Bulcão com a arquitetura de Oscar Niemeyer sempre encantou a artista, que criou séries de azulejos com desenhos abstratos e geométricos, mas não dispensou totalmente a figuração. "Fiz artes visuais e mestrado na UnB e, na minha dissertação, foquei em Brasília como o ápice do movimento modernista no Brasil e me interessei muito por Athos Bulcão", conta. "A partir daí, me encantei pelo azulejo, me identifiquei e achei que seria minha forma de expressão, porque posso trabalhar o design, a arquitetura e a possibilidade de usar essa arte na cidade", explica Lígia. 


Brazulejos

Ligia de Medeiros. Curadoria: Renata Azambuja. Visitação até 13 de janeiro de 2026, de terça a sexta, das 9h às 18h, e sábado, domingo e feriados, das 9h às 17h, no Espaço Oscar Niemeyer (Praça dos Três Poderes, Bloco J, Esplanada dos Ministérios)

Para conhecer o Brasil

Dividida em cinco núcleos, Uma história da arte brasileira reúne um conjunto de 100 obras da coleção do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM) para contar quase um século  de produção artística nacional. Com curadoria de Raquel Barreto e Pablo Lafuente, a exposição faz um recorte que começa no modernismo e apresenta, em ordem cronológica, o desenvolvimento da arte brasileira, passando pelos movimentos concretista, abstrato e pela arte contemporânea. É um conjunto muito completo e capaz de contar, paralelamente, um pouco da história do país, já que boa parte da produção artística traz também, como pano de fundo, a trajetória do Brasil no século 20. "As pessoas que não estão tão familiarizadas com a história da arte brasileira vão ter uma perspectiva cronológica, o que faz sentido para entender o processo da arte contemporânea, que, às vezes, fica muito fechado em torno de especialistas", avisa a curadora. 

Uma história da arte brasileira

Curadoria: Raquel Barreto e Pablo Lafuente. Abertura terça-feira, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB SCES Trecho 2). Visitação até 8 de fevereiro, terça a domingo, das 9h às 21h. Classificação indicativa livre


Um olhar diverso

Uma conversa entre a obra de  Johann Moritz Rugendas e o discurso decolonial do artista Ziel Karapató dá o tom da exposição Todos falam de mim, ninguém me representa: um olhar indígena sobre a obra de Rugendas, em cartaz na Caixa Cultural e com curadoria de Nara Galvão. Artista indígena de origem karaxuwanassu e radicado na Reserva Indígena Marataro Kaeté, em Igarassu (PE), Ziel passou uma temporada no Instituto Brennand, em Pernambuco, concentrado no estudo das gravuras de Rugendas. Saiu de lá com a concepção de um conjunto de peças e instalações que questionam o discurso do colonizador — Rugendas foi um dos tantos artistas europeus que desembarcaram no Brasil colonial para registrar o exotismo dos trópicos — e propõe uma abordagem decolonial a partir de perspectivas muito diferentes. "Trabalhei com diálogos para pensar esse acervo. A gente vive hoje imerso nessas novas pautas e museus e institutos culturais estão pensando seus acervos para incluir os povos indígenas originários, os negros, a comunidade LGBTQIA ", explica o artista. 

Todos falam de mim, ninguém me representa: um olhar indígena sobre a obra de Rugendas

Curadoria: Ziel Karapotó e Nara Galvão. Abertura hoje, às 10h, na Caixa Cultural Brasília (SBS Q. 4 Lotes ¾). Visitação até 1º de fevereiro de 2026, de terça a domingo, das 9h às 21h. Entrada gratuita


 


Mais Lidas

Reprodução/Instagram - memes tipicamente brasileiros
Divulgação - O CCBB reúne uma coleção de memes
Lígia Medeiros - Azulejos de Lígia Medeiros
Lígia Medeiros - Geometria brasiliense
Rafa Jacinto - "Cardume II", de Ziel Karapotó. Foto: Rafa Jacinto/ Fundação Bienal de SP Todos falam de mim, ninguém me representa: um olhar indígena sobre a obra de Rugendas Curadoria: Ziel Karapotó e Nara Galvão. Abertura hoje, às 10h, na Caixa Cultural Brasília (SBS Q. 4 Lotes ¾). Visitação até 1º de fevereiro de 2026, de terça a domingo, das 9h às 21h. Entrada gratuita
Lígia Jardim - Ziel Karapotó. Foto: Lígia Jardim Todos falam de mim, ninguém me representa: um olhar indígena sobre a obra de Rugendas Curadoria: Ziel Karapotó e Nara Galvão. Abertura hoje, às 10h, na Caixa Cultural Brasília (SBS Q. 4 Lotes ¾). Visitação até 1º de fevereiro de 2026, de terça a domingo, das 9h às 21h. Entrada gratuita
Ziel Karapotó - Todos falam de mim, ninguém me representa: um olhar indígena sobre a obra de Rugendas Curadoria: Ziel Karapotó e Nara Galvão. Abertura hoje, às 10h, na Caixa Cultural Brasília (SBS Q. 4 Lotes ¾). Visitação até 1º de fevereiro de 2026, de terça a domingo, das 9h às 21h. Entrada gratuita