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Haddad diz que escolha de novo presidente do BC será 'natural'

O titular da Fazenda afirmou que Campos Neto já foi consultado sobre qual o melhor momento para a indicação e foi proposto um encontro com Lula para debater o tema

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (2/4) que tem conversado com o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, a respeito da transição no comando da autoridade monetária e que a escolha de um sucessor será feita de modo “natural”.

“Penso que vai ser um processo muito natural. Ele [Lula] vai ouvir as pessoas. Vai ouvir a Fazenda. Nós vamos ouvir o Banco Central sobre essa transição”, disse o chefe da equipe econômica durante a 10ª edição do Bradesco BBI Brazil Investment Forum.

O mandato de Campos Neto termina no fim deste ano e a indicação cabe ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que é crítico da atual gestão, herdada do governo Bolsonaro. Segundo Haddad, o chefe do BC já foi consultado sobre qual o melhor momento para indicar o próximo presidente e foi proposto um encontro com Lula para debater o tema. “Estamos conversando com o Roberto Campos muito tranquilamente sobre essa situação”, disse o ministro.

Interlocutores afirmam que Campos Neto quer adiantar a decisão para garantir um processo de transição tranquilo no segundo semestre do ano. Na ocasião, o titular da Fazenda reafirmou a boa relação entre o governo e o Banco Central, mesmo com os ruídos em torno da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que confere autonomia financeira ao BC.

Haddad falou que a relação foi prejudicada no começo do governo por uma tensão institucional na transição, mas “essa transição será muito diferente”. “Isso tudo foi vencido com muita educação, com muita prudência. Eu tenho uma ótima relação com o presidente do Banco Central.”

Entre os nomes de possíveis sucessores está o de Gabriel Galípolo, atual diretor de Política Monetária e primeira indicação do governo Lula para a autarquia, atualmente no cargo de diretor de política monetária. Também está no páreo o economista Marcelo Kayath, que foi diretor do Credit Suisse e é amigo de Haddad. O nome de Paulo Picchetti, diretor de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos do BC, também é cotado.

Além do novo presidente, o governo ainda indicará dois novos diretores para a autarquia. Desde o início do mandato Lula já indicou quatro nomes para a diretoria do banco: Galípolo, Picchetti, Ailton Aquino (Fiscalização) e Rodrigo Teixeira (Administração). Após a indicação do Executivo, o Senado terá de aprovar tanto o nome do novo presidente quanto dos diretores.

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