
O Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2026 prevê um salário mínimo de R$ 1.630. O novo piso passará a valer a partir de 1º de janeiro do ano que vem, e conta com uma correção de 7,38%. O governo fez, contudo, estimativas otimistas para essa correção. Conforme os dados do PLDO, estão sendo considerados uma taxa de inflação de 4,76% — bem abaixo das projeções do mercado, que estão acima de 5,50% para este ano — mais o limite de 2,5% para o aumento real de despesas.
Esse dado para a correção acima da inflação do salário mínimo é inferior ao crescimento do produto interno bruto (PIB) de dois anos antes, de 3,4% registrados em 2024, mas o pacote fiscal aprovado no ano passado mudou essa diretriz que vinha sendo aplicada desde 2023, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva retornou ao governo.
Em termos nominais, o piso salarial do próximo ano terá um reajuste de R$ 112 sobre os R$ 1.518 atuais, o que representa aumento de R$ 44,8 bilhões nas despesas com benefícios previdenciários em relação aos gastos de 2025. Porém, como as previsões do mercado estão indicando uma inflação bem maior do que a estimada pelo governo, provavelmente, esse valor do salário mínimo será corrigido até o fim do ano.
Para 2027, o PLDO prevê que o piso salarial passará para R$ 1.720, se as estimativas do governo para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) forem confirmadas em 3,4%.
Próximos três anos
O PLDO segue com previsões otimistas que acabam inflando as estimativas de receita do governo federal. O documento divulgado pelo Ministério do Planejamento, nesta terça-feira (15/4), ainda prevê crescimento de 2,5% no PIB do próximo ano e atualiza as metas fiscais para os próximos três anos.
A meta fiscal é de um superavit primário (economia para o pagamento da dívida pública) de R$ 34,3 bilhões, o equivalente a 0,25% do PIB, como previsto na LDO de 2025. O texto ainda mantém as bandas de 0,25% do PIB ao redor da meta, para o teto e para o piso do objetivo fiscal. Para 2027, o governo prevê superavit primário de 0,50% do PIB, passando para 1% do PIB, em 2028, e para 1,25% do PIB, em 2029.
Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular
Vale lembrar que o cumprimento da meta fiscal em 2024 só ocorreu graças aos descontos de despesas extraordinárias no socorro ao Rio Grande do Sul e de precatórios, que voltarão a ser contabilizados em 2027.
Conforme as projeções do PLDO, o governo prevê um superavit primário de R$ 14,6 bilhões neste ano, passando para um saldo positivo de R$ 38,2 bilhões em 2026, levemente acima da meta.