
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, responsabilizou a extrema-direita por "atuar contra a soberania do Brasil" ao incitar a taxação de 50% sobre os produtos brasileiros nos Estados Unidos, anunciada nesta quarta-feira (9/7), pelo presidente norte-americano Donald Trump. Na visão de Haddad, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos EUA e revelou ter atuado a favor da medida, estaria agindo contra os interesses nacionais.
“Não é uma coisa aceitável uma pessoa fazer uma coisa dessa. Isso realmente deveria indignar a todos nós brasileiros”, disse o ministro a jornalistas na sede da pasta. “Mas eu quero dizer para vocês que 99% das pessoas são Brasil. Vão lutar pelo Brasil. Agora, se tem uma minoria de 1% que está conspirando contra o país, eu penso que eles vão receber a devida resposta da sociedade brasileira”, acrescentou.
O número um da Fazenda também comentou sobre o uso da Lei da Reciprocidade, aprovada no Congresso Nacional e sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no último mês de abril. O texto teve amplo apoio tanto da base governista quanto da oposição à época e tramitou rapidamente no Legislativo, logo após o Liberation Day (Dia da Libertação, em português), no dia 2 de abril, quando Trump anunciou tarifas recíprocas para quase todos os seus parceiros.
Na avaliação de Haddad, apesar da possibilidade de usar a lei, o governo deve pensar em resolver o problema pelos canais diplomáticos. “Nós esperamos que até lá esse tipo de atitude seja repensado pelas vias diplomáticas e pela desistência dos setores de extrema-direita do Brasil em atacar a soberania nacional”, destacou.
O ministro afirmou que a Fazenda ainda não calcula o impacto inflacionário caso a alíquota se mantenha nesse patamar, e destacou que o governo também avalia medidas não tarifárias para enfrentar a crise. “Há um rol enorme de medidas que estão sendo estudadas, tem um grupo de trabalho e, conforme eu disse, nós temos um tempo, mas há muitas medidas não tarifárias”, completou Haddad.
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