NEGOCIAÇÃO

Haddad cita que terras raras podem ser tema para negociar tarifaço

Terras raras são os locais em que há abundância de elementos químicos imprescindíveis na produção de baterias. Haddad ainda sinalizou reunião com os EUA nesta semana

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comentou nesta segunda-feira (4/8) que a exploração das chamadas terras raras pode ser feita por meio de possíveis parcerias futuras entre o Brasil e os Estados Unidos. Dá-se o nome de terras raras a locais em que há abundância de elementos químicos imprescindíveis na produção de baterias.

"Nós temos minerais e terras raras. Os Estados Unidos não são ricos [nestes minérios]. O Brasil pode fazer acordo de cooperação para produzir baterias mais eficientes, acordos na área tecnológica. Nós temos muito a aprender, e também a ensinar", disse o ministro, ao responder, em entrevista à Bandnews, se o governo Lula, no curso das negociações com o governo Trump, pode oferecer a ampliação de produtos que interessem aos Estados Unidos.

O debate sobre a exploração de terras raras no Brasil, segundo Haddad, será levado à discussão com o Secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent. O encontro com o representantes norte-americano, segundo o ministro, é previsto para ocorrer ainda nesta semana.

"Nós temos que despolitizar o debate comercial", pregou. Durante a entrevista, Fernando Haddad também disse que levaria o pix à mesa de negociação com os Estados Unidos. 

"É uma tecnologia desenvolvida pelo Estado brasileiro e que tem sido considerada por economistas, inclusive prêmios Nobel de economia, o futuro da moeda digital no mundo, o nosso pix", afirmou o ministro, sem dizer como o pix será discutido com os norte-americanos.

Ajuda aos setores

De acordo com Fernando Haddad, caso o tarifaço de Trump seja mantido, o governo brasileiro prepara medidas para contingenciar setores mais sensíveis do mercado exportador. A parte mais "sensível", disse ele, são os produtos industriais "feitos sob medida para os Estados Unidos", que não podem ser redirecionados facilmente.

"Essa é nossa maior preocupação", disse ele. Haddad adiantou que esses setores terão especial ajuda do governo. Por outro lado, disse ele, "há empresas que têm poder suficiente para redirecionar as exportações por suas próprias forças".

Segundo Haddad, o plano de apoio aos setores prejudicados pelo tarifaço contém uma série de propostas preparadas para as diferentes realidades e impactos. A ajuda financeira às empresas, garantiu, não vai afetar o resultado primário das contas do governo. O ministro não detalhou, no entanto, as fontes dos recursos.

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