
Em meio às negociações sobre a tarifa se importação de 50% sobre produtos brasileiros importados pelos Estados Unidos, o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Geraldo Alckmin, se reuniu na tarde desta segunda-feira (4/8) com representantes de setores impactados com a alíquota prevista para entrar em vigor na próxima quarta-feira.
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A reunião teve início às 14h e contou com a participação de outros ministros do governo Lula, como Rui Costa, da Casa Civil, Carlos Fávaro, da Agricultura e Pecuária, Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário, e André de Paula, da Pesca.
Representantes de setores como café, carne bovina, pescados, madeira, frutas e mel, que não entraram na lista de produtos com isenção à nova alíquota de 40%, que incide sobre outros 10% já em vigor, participaram do encontro para debater propostas com o vice-presidente.
O presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Pescado (Abipesca), Eduardo Lobo, disse que a reunião foi “frustrante” e que o governo não conseguiu apresentar nenhuma medida eficaz para auxiliar os setores atingidos a entrar na lista de exceções da Casa Branca.
“A gente reconhece que existe uma preocupação, mas uma medida efetiva não chegou ainda para o setor, principalmente para o setor de pescados, que tinha uma grande expectativa de ser excluído da lista, ficou na lista e não veio nenhuma medida mitigadora para nos ajudar”, afirmou o líder da entidade.
Lobo ainda afirmou que, durante a reunião, alguns ministros teriam afirmado que a inclusão de determinados setores na lista de exceção foi negociada com a Casa Branca, enquanto outros disseram que se trata de uma decisão unilateral do governo norte-americano. Para o presidente da entidade, não cabe ao setor privado julgar essa situação.
“O setor privado só lamenta que não veio ainda a demanda da gente que é linha de crédito a baixo custo para a gente poder manter os empregos e uma solução para que a produção não pare. Eles se comprometeram, mas já fazem dez dias e o tempo da gente não é um tempo de médio prazo, o tempo da gente é um tempo de curto prazo. Não adianta ter urgência e a gente não ser socorrido”, acrescentou.
Por outro lado, o ministro do Desenvolvimento Agrário e da Agricultura Familiar (MDA), Paulo Teixeira, disse que o governo está disposto a ouvir os setores e intensificar a negociação para a diminuição das tarifas e a exclusão destes setores.
“Em segundo lugar, nesse momento, também procurar alternativas de países que possam comprar os nossos produtos. Está sendo feito também, discutindo com vários mercados consumidores que poderiam comprar os nossos para que não haja perda para os produtores”, disse o ministro.
Teixeira ainda destacou que os ministros pediram para que os setores elaborem uma proposta de plano de contingência para os produtos diretamente afetados pelo tarifaço sejam absorvidos pelo mercado interno. “Mas também que esses produtos possam ser absorvidos nos programas de compras públicas pela União, estados e municípios ou possam também receber algum subsídio”, acrescentou.
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