
O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, declarou nesta quinta-feira (23/10) que a autoridade monetária está "incomodada" com a inflação fora da meta. Porém, destacou que o aumento de preços está desacelerando graças à política monetária restritiva adotada pelo BC.
Segundo o presidente da autarquia, a inflação teve um "repique" no início do ano, puxada por fatores como o aumento no preço dos alimentos, o mercado de trabalho aquecido e a desvalorização do real frente ao dólar no final de 2024, após a eleição do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
"A inflação e as expectativas seguem fora do que é a meta. Isso é um ponto de bastante incômodo para o Banco Central, mas estamos falando de uma inflação que está no processo de redução e retorno para a meta, função de um Banco Central que vem se mostrando sempre bastante diligente e tempestivo no combate ao processo inflacionário", disse Galípolo.
A meta para inflação neste ano é de 3%, com margem de tolerância de 1,5% — ou seja, um valor de até 4,5% estaria dentro da meta. Porém, as projeções atuais são de 4,7% para o final do ano.
O presidente do BC participou hoje de um fórum com empresários do Brasil e da Indonésia, em Jacarta. O mesmo evento contou, em outro momento, com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O líder petista voltou a criticar nos últimos dias a alta taxa de juros. Atualmente, a Selic está em 15% ao ano, justamente como forma de controle da inflação pelo Banco Central. Durante evento no Palácio do Planalto na última segunda (20), antes de embarcar para a Indonésia, o presidente comentou que o BC deve baixar a taxa.
"O Banco Central vai precisar começar a baixar os juros, porque todo mundo sabe o que nós herdamos. E todo mundo sabe que nós estamos preparando esse país para ter uma política fiscal mais séria", declarou.
Processo de desinflação
Em seu discurso, Galípolo disse ainda que o Brasil tem a inflação "relativamente controlada" e em declínio gradual.
"Quando a gente olha para esse tipo de medidor, que é uma média trimestral dessazonalizada, a gente percebe um processo de desinflação bastante acentuado e rápido, já devolvendo a inflação para níveis em torno da meta quando a gente compara com o que a gente tinha no começo (do ano)", afirmou o presidente do Banco Central.
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