A balança comercial brasileira registrou um avanço expressivo de 70,2% em outubro, com um saldo de US$ 7 bilhões. O resultado foi alavancado pela queda de 0,8% no valor das importações (US$ 25 bilhões) em relação ao mesmo mês de 2024. Além disso, as exportações subiram 9,1% nesse período e somaram US$ 32 bilhões, de acordo com os dados publicados nesta quinta-feira (6/11), pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).
Em outubro, os setores que impulsionaram as exportações foram a agropecuária e a indústria extrativa, que cresceram 21% e 22%, respectivamente. No caso do agro, o valor obtido com as vendas de soja avançou 42,7%, ao passo que o café não torrado subiu 16%, mesmo com as restrições para o comércio com os Estados Unidos ainda em vigor. Já pelo lado da indústria, houve aumento de 29,5% nas exportações de minério de ferro e de 9% em óleos brutos de petróleo.
Por outro lado, a indústria de transformação apresentou um crescimento mais modesto, de 0,7%, com os principais produtos registrando queda em relação a outubro de 2024. A única exceção foi a carne bovina, que manteve o momento positivo e registrou um avanço de 40,9% no valor obtido com as vendas para o exterior. A exportações do produto também é impactada pelo tarifaço.
No caso das importações, os únicos setores que cresceram na comparação anual foram os bens de consumo e os bens de capital, que avançaram 9,6% e 10,6%, respectivamente. Nesse período, o valor despendido com a compra de motores e máquinas cresceu 37,5%, enquanto que o de óleos combustíveis de petróleo subiu 8,1%.
De janeiro a outubro, as exportações cresceram 1,9% em relação ao mesmo período do ano anterior, com a agropecuária liderando entre os setores, com alta de 3,6%. Também registrou avanço ante 2024 a indústria de transformação, que subiu 3,2%. Já a indústria extrativa apresentou queda de 2,9% na comparação anual. No mesmo período, as importações subiram 7,1%. No geral, a balança comercial teve saldo de US$ 52,39 bilhões, com queda de 16,6% no acumulado do ano.
Estados Unidos e tarifaço
Desde o dia 6 de agosto, a maioria dos produtos brasileiros importados pelos Estados Unidos são taxados em 50% na chegada ao país. Com o tarifaço em vigor, o valor obtido com as exportações brasileiras para os EUA caiu 37,9% e somou US$ 2,22 bilhões em outubro. No acumulado desde janeiro, a queda já chega a 4,5% e o deficit acumulado com os norte-americanos soma US$ 6,84 bilhões.
Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump se reuniram no final de outubro durante a Cúpula da Asean, na Malásia. Na ocasião, o brasileiro solicitou o fim das tarifas consideradas injustas pelo governo federal, visto que os EUA possuem um superavit com o país nos últimos anos. Apesar disso, ainda não houve nenhuma definição sobre o assunto.
Já em Belém, para participar da Cúpula do Clima (COP30), Lula disse que se as negociações não avançarem até o final do encontro, deve ligar ao presidente norte-americano para pedir novamente o fim do tarifaço. Nesta quarta-feira (5/11), o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse que deve se encontrar com o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, já na próxima semana, na reunião do G7 no Canadá, para tratar sobre o tema.
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