Política monetária

'Banco Central não pode brigar com os dados', diz Galípolo sobre inflação

O presidente do BC disse que o objetivo do Banco Central é claro e citou as projeções para os próximos anos

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, respondeu novamente às críticas sobre a manutenção da taxa básica de juros no patamar de 15% ao ano. Para o chefe da política monetária, os comentários são legítimos, mas ele também considera que a autarquia deve manter o rigor técnico para definir a Selic. “Todo mundo pode brigar com o Banco Central. O Banco Central que não pode brigar com os dados”, disse.

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A resposta foi dada durante uma entrevista coletiva nesta quarta-feira (12/11) para a apresentação do Relatório de Estabilidade Financeira (REF) do primeiro semestre de 2025. Galípolo destacou que nos quase 11 meses em que esteve à frente do BC, a meta de inflação nunca esteve dentro do patamar aceitável para a meta, que é de 3%, com um intervalo de tolerância de até 4,5%.

Além disso, citou as principais projeções do mercado, que apontam para uma manutenção da taxa acima do centro da meta até o fim de seu mandato, previsto para se encerrar em dezembro de 2028. Por conta desses fatores, Galípolo disse que “está bem claro” o porquê de a taxa permanecer em um patamar restritivo por um tempo maior.

“Então, dentro do que é o arcabouço (fiscal), ou seja, você tem uma meta e você tem um instrumento que é a política monetária, está bem claro o porquê de a gente estar com os juros em um patamar bem restritivo e porque a gente entende que é necessário permanecer com a taxa de juros em um patamar restritivo.”, afirmou o presidente do BC.

Galípolo destacou ainda que a grande esperteza da composição atual de diretores do banco é ser “humilde e modesto” em relação às incertezas da política fiscal.

“A gente entende que é absolutamente legítimo qualquer tipo de comentário de qualquer segmento da sociedade, mas os comandos que o Banco Central recebe são comandos de ordem legal. E o comando legal está claro: a meta é 3% e o Banco Central vai perseguir esta meta de 3%. É isso que nós estamos fazendo e vamos seguir fazendo”, acrescentou.

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