O presidente e fundador do Banco Master, Daniel Vorcaro, era um dos acionistas de um dos maiores clubes de futebol do país. Preso em operação da Polícia Federal (PF) nesta terça-feira (18/11), o empresário investiu cerca de R$ 300 milhões para comprar 26,9% da Galo Holding S.A., que administra a SAF do Atlético Mineiro.
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De acordo com uma reportagem do jornal Estadão, o dinheiro utilizado por Vorcaro para investir no clube teria partido de um fundo suspeito por lavar recursos do Primeiro Comando da Capital (PCC).
A mesma matéria destaca que isso teria ocorrido por meio de um esquema conhecido como “fundo sobre fundo”, semelhante ao identificado na Operação Carbono Oculto, em movimentações que também apontaram irregularidades patrocinadas pelo Banco Master, em parceria com a Reag Investimentos — uma das empresas sob investigação da PF.
De acordo com os valores registrados na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) — e informados pelo Atlético —, Vorcaro aplicou R$ 100 milhões em 2023 e R$ 200 milhões em 2024 na SAF do clube. A família Menin é proprietária de 41,8% da Galo Holdings, enquanto a Associação do clube ficou com 25%.
Resposta do clube
Sobre a origem dos recursos aplicados pelo presidente do Master, o Atlético afirma que desconhece a procedência e explica que a “Galo Forte Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia” — empresa usada por Vorcaro para fazer os aportes — está regularizada na CVM, sob administração da “Trustee Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários LTDA”.
“A Trustee Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários LTDA é uma empresa igualmente registrada perante a CVM. Referido fundo figura como acionista da Galo Holding S.A., contexto no qual o Atlético não tem conhecimento de quaisquer irregularidades”, destacou, em nota, o clube.
