Levantamento

Companhias abertas respondem por 23% dos tributos federais, diz FGV

Segundo o estudo, 270 companhias listadas concentram parte relevante da arrecadação e da geração de riqueza no país

O volume total movimentado pelas companhias alcança R$ 4,1 trilhões, reforçando o papel do mercado de capitais. -  (crédito: José Cruz/Agência Brasil)
O volume total movimentado pelas companhias alcança R$ 4,1 trilhões, reforçando o papel do mercado de capitais. - (crédito: José Cruz/Agência Brasil)

Um levantamento conduzido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), em parceria com a Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca), mostra que apenas 270 empresas abertas são responsáveis por uma fatia expressiva da economia brasileira. Segundo o estudo, essas companhias respondem por cerca de 23% da arrecadação empresarial do país e geram 17,1% do Produto Interno Bruto (PIB), apesar de representarem um universo extremamente reduzido frente aos mais de 21 milhões de CNPJs existentes no Brasil.

Fique por dentro das notícias que importam para você!

SIGA O CORREIO BRAZILIENSE NOGoogle Discover IconGoogle Discover SIGA O CB NOGoogle Discover IconGoogle Discover

Em 2024, as corporações listadas concentraram R$ 639,6 bilhões em tributos pagos aos cofres públicos (considerando impostos federais, estaduais e municipais) valor equivalente a quase um quarto da arrecadação federal. No mesmo período, geraram R$ 2,1 trilhões em valor adicionado à economia, consolidando-se como um dos principais pilares fiscais e produtivos do país.

O levantamento indica ainda que essas empresas empregam diretamente 2,8 milhões de trabalhadores, com remuneração média mensal de R$ 10.250, quase três vezes acima da média nacional, estimada em R$ 3.700. Ao longo de 2024, foram destinados R$ 344,3 bilhões ao pagamento de salários, benefícios e encargos sociais.

Novo indicador

Coordenado pelo professor Márcio Holland, da Escola de Economia de São Paulo da FGV, o estudo desenvolveu um novo índice de valor adicionado à sociedade, calculado a partir da soma de salários, tributos e pagamentos a fornecedores. O objetivo foi mensurar de forma mais precisa o impacto direto das empresas sobre o bem-estar coletivo. “Esses resultados não são fruto do acaso. Empresas listadas tendem a adotar governança mais rigorosa, maior transparência e padrões elevados de controle. Isso impulsiona ganhos de produtividade, inovação e crescimento econômico de longo prazo”, avaliou Holland.

Somados os tributos pagos e a compra de insumos de terceiros, o volume total movimentado pelas companhias alcança R$ 4,1 trilhões, reforçando o papel do mercado de capitais como fator central para o desenvolvimento econômico e a sustentabilidade das contas públicas.

Para o presidente-executivo da Abrasca, Pablo Cesário, o estudo evidencia que as empresas abertas são estruturantes para o país. “Fortalecer o mercado de capitais é fortalecer o Brasil. Essas companhias são a base fiscal e produtiva da economia nacional”, afirmou.

Rodrigo Moccia, presidente da Comissão de Relações Institucionais da entidade, destacou que a contribuição vai além dos números. “O volume de tributos sustenta políticas públicas em áreas como saúde, educação e segurança, mostrando o papel social e institucional dessas empresas.”

O estudo será lançado oficialmente em evento da Abrasca, nesta terça-feira (2/12), em Brasília, com a presença de autoridades do Executivo, Legislativo e lideranças empresariais. Na ocasião, empresas e parlamentares que contribuíram para o fortalecimento do setor produtivo serão homenageados. A Abrasca reúne mais de 450 companhias abertas e responde por mais de 80% do valor de mercado das empresas listadas na B3, consolidando-se como uma das principais representações do setor empresarial brasileiro.

  • Google Discover Icon
Por Wal Lima
postado em 01/12/2025 19:18
x