PLANEJAMENTO FINANCEIRO

Projeto 2026: como se organizar para ter dinheiro no próximo ano

Especialistas explicam como o planejamento financeiro antecipado pode garantir estabilidade e recursos em 2026

Mais do que anotar despesas, o planejamento financeiro define a relação do cidadão com o sistema bancário -
Mais do que anotar despesas, o planejamento financeiro define a relação do cidadão com o sistema bancário -

O fim do ano costuma ser o momento escolhido para rever promessas e reorganizar a vida financeira. Para quem quer chegar a 2026 com as contas equilibradas e algum patrimônio acumulado, a receita passa longe de soluções milagrosas. O caminho, segundo especialistas, está no planejamento antecipado, adaptado à realidade econômica do país, ainda marcada por taxas de juros altas.

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Mais do que anotar despesas, o planejamento financeiro define a relação do cidadão com o sistema bancário. A professora e pesquisadora da PUC-SP Cristina Helena Pinto de Mello explica que os bancos funcionam como intermediários: remuneram quem poupa e cobram juros de quem se desorganiza. “O planejamento permite decidir de qual lado dessa equação você quer estar: se vai trabalhar para pagar juros ou se prefere ser quem os recebe”, afirma.

Na mesma linha, o professor Renan Silva, do Ibmec Brasília, destaca que a organização financeira é a base para a estabilidade e para a realização de projetos pessoais. Segundo ele, planejar permite enxergar o futuro com mais clareza, antecipar despesas, identificar oportunidades de economia e, principalmente, estar preparado para imprevistos.

O primeiro passo para ter dinheiro em 2026 é compreender a situação atual, com uma análise honesta da renda, das dívidas e dos investimentos. Silva recomenda a definição de metas claras, específicas e com prazo, além da formação de uma reserva de emergência equivalente a três a seis meses das despesas essenciais, ponto que considera inegociável.

Cristina chama atenção para a importância da renda real, ou seja, do poder de compra, que muitas vezes aumenta mais pelo controle do consumo do que por reajustes salariais. Atitudes simples, como fazer listas de compras e cancelar assinaturas pouco utilizadas, ajudam a aliviar o orçamento. Para despesas concentradas no início do ano, como IPVA e IPTU, ela sugere separar o valor ao longo dos meses, como se fosse “pagar um boleto para si mesmo”, garantindo recursos para o pagamento à vista e possíveis descontos.

A oportunidade da nova isenção do IR

A ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, prevista para o próximo ano, pode representar um alívio importante no orçamento. Em um país onde cerca de 78% das famílias estão endividadas, Renan Silva alerta que o valor extra não deve ser tratado como renda para consumo imediato, mas como uma oportunidade para reorganizar dívidas e priorizar a poupança.

Para quem já está com as contas em dia, Cristina sugere manter a disciplina e agir como se o imposto ainda fosse pago. Ao direcionar esse valor mensalmente para uma aplicação financeira, o contribuinte acumula o montante principal acrescido de juros, o que pode viabilizar a compra de bens duráveis ou a realização de viagens ao fim de um ano.

Investimentos e Renda Extra

Investir continua sendo uma das principais formas de proteger o dinheiro da inflação e aumentar o patrimônio. Para iniciantes, opções como Tesouro Direto e poupança funcionam como porta de entrada. Renan reforça a importância de conhecer o próprio perfil de investidor — conservador, moderado ou arrojado — e diversificar as aplicações para reduzir riscos.

Quando o orçamento não fecha, a alternativa pode estar na renda extra. Atividades ligadas à economia digital, como trabalhos remotos, e-commerce e cursos online, além de serviços baseados em necessidades locais, como hospedagem de pets ou apoio escolar, aparecem como tendências. Também é possível negociar projetos específicos ou horas extras com o empregador atual.

Depois de construir patrimônio, é fundamental protegê-lo. Os especialistas recomendam a diversificação entre imóveis e ativos financeiros cobertos pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), além de atenção ao planejamento sucessório. Cristina de Mello sugere a contratação de um seguro de vida com valor suficiente para cobrir custos de inventário e impostos, garantindo liquidez aos herdeiros e evitando a venda apressada de bens.

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postado em 24/12/2025 14:35
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