O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, explicou que a série de intervenções cambiais da autoridade monetária no fim de 2024 estava relacionada com a decisão de elevar a taxa de juros para 15% ao ano meses depois.
Na avaliação do presidente do BC, a economia estava mais aquecida do que se imaginava anteriormente e o “repique” do dólar após a eleição do presidente dos EUA, Donald Trump, junto com o anúncio de um pacote fiscal considerado expansionista, pelo governo, levou o Comitê de Política Monetária (Copom) a aplicar uma política mais restritiva nesse período.
“Se você tem uma economia que uma das poucas coisas que estavam ajudando eram os (dados) industriais, porque o câmbio vinha cedendo e você tem um repique, então é mais uma razão para você fazer a elevação da taxa de juros”, disse o presidente do BC, nesta segunda-feira (1º/12), durante uma reunião aberta com investidores organizada pela XP, em São Paulo.
Em dezembro de 2024, o valor do dólar ante o real chegou a ficar próximo da casa dos R$ 6,30 – o maior nominal desde a criação da moeda brasileira, em 1994. Desde então, o câmbio voltou a se estabilizar abaixo dos R$ 5,50, e fechou na sexta-feira cotado a R$ 5,33.
Sobre a decisão de elevar a taxa Selic, Galípolo disse que o banco leva em consideração os efeitos inflacionários sobre a escalada do dólar e não somente o aumento do câmbio em si. Para o chefe da autoridade monetária, o câmbio flutuante é considerado uma “linha de defesa” para a atuação do BC.
“Então, é óbvio, final de ano é um momento que a gente já tem um aprendizado de como lidar com isso, tem um aprendizado adicional, que a gente está atento à devida funcionalidade, como todos vocês têm reparado, do mercado cambial, mas para a gente, para a inflação, a maneira como isso entra como input na inflação é como isso se propaga na inflação corrente e nas projeções de inflação da gente”, emendou Galípolo.
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