O chefe da assessoria da presidência da Embrapa, Daniel Trento, afirmou que a inovação no setor agropecuário depende do avanço na aplicação das normas que regem pesquisa e desenvolvimento. Ele particpou nesta quarta-feira (3/12) do 5º Brasília Summit – Segurança Jurídica no Agro, promovido pelo LIDE em parceria com o Correio Braziliense.
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Para Trento, “a Embrapa tem mais de 3 mil tecnologias geradas ao longo de sua história, só que a percepção da pesquisa e da tecnologia na agropecuária não é tão evidente assim”. “Se fizermos uma comparação com a pandemia, onde a geração de vacina e de soluções era muito evidente no imaginário da população, a pesquisa na agricultura nem sempre é tão perceptível.”
Segundo o assessor da Embrapa, o acesso das soluções ao mercado enfrenta barreiras estruturais. Ele destacou que a empresa precisa de parcerias para que as tecnologias cheguem aos produtores. “Quando são tecnologias escaláveis, tecnologias de mercado, é preciso a parceria público-privada”, afirmou ao explicar que a transferência envolve proteção intelectual e contratos com empresas.
O representante da Embrapa citou que o marco legal de ciência, tecnologia e inovação, regulamentado em 2018, ainda não garante plena efetividade. “Não adianta termos a lei regulamentada se a cultura das nossas instituições reguladoras ainda está numa cultura ultrapassada”, declarou.
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“Hoje praticamente 50% do tempo do pesquisador é para resolver burocracia. Nós somos líderes em pedido de patente. Um dos principais países que registram patente hoje no mundo é o Brasil. Por outro lado, estamos em 52º na posição de inovação, no ranking mundial de inovação. Por isso, o marco regulatório não tem um ambiente que incentiva o avanço dessa inovação”, explicou Trento.
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O dirigente citou também o crescimento do ecossistema de startups ligadas ao agro como um indicador de oportunidade. “Mapeamos mais de 2 mil startups do agro no Brasil. Mais de 50% vêm da cidade de São Paulo”, afirmou.
Para Daniel Trento, o avanço depende de integração entre pesquisa, produtores e financiamento privado. “Temos tudo para fazer pesquisas no digital, no biológico e no empreendedorismo tecnológico. O desafio vem no financiamento desse tripé, que na década de 1970 era público e hoje é essencialmente privado.”
*Estagiário sob supervisão de Andreia Castro
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