O secretário de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Sdic/Mdic), Uallace Moreira, reforçou nesta quinta-feira (4/12) a necessidade de políticas públicas contínuas para corrigir os desequilíbrios históricos entre as regiões brasileiras e impulsionar a nova fase de industrialização no Nordeste. A afirmação foi feita durante participação no CB.Debate: Os avanços do Nordeste, realizado pelo Correio Braziliense em parceria com o Banco do Nordeste (BNB).
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“O Sul e o Sudeste não são melhores do que o Norte, o Nordeste ou o Centro-Oeste. As vantagens competitivas que têm hoje foram construídas a partir de políticas públicas”, afirmou ao discursar no pré-painel “Os avanços do Nordeste: em prol de uma região forte, integrada e competitiva”. Segundo ele, o Brasil só avançará rumo a um modelo de desenvolvimento sustentável e inclusivo se enfrentar de forma direta o processo de concentração econômica que marcou a formação industrial do país.
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Moreira destacou que o tema é central na Nova Indústria Brasil (NIB), comandada pelo vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin. A estratégia integra programas vinculados ao Novo PAC e ao Plano de Transformação Ecológica, com foco explícito na redução das desigualdades regionais.
“Menciono sempre o legado de Celso Furtado. Fortalecer a indústria e equilibrar o desenvolvimento regional são caminhos inseparáveis para o futuro do país”, disse. O secretário sublinhou que o Nordeste acumula potencial competitivo — natural, herdado e construído — que precisa ser fortalecido por meio de incentivos, ambiente regulatório estável e investimentos direcionados.
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Incentivos recentes e novas frentes industriais
Durante sua fala, Uallace Moreira listou medidas adotadas pelo governo Lula para ampliar a competitividade industrial da região, como: reformulação e prorrogação da Lei de Informática, garantindo equilíbrio com a Zona Franca de Manaus e ampliando benefícios tributários para o setor eletroeletrônico no Norte, Nordeste e Centro-Oeste; prorrogação do regime automotivo brasileiro até 2033, apoiando a retomada do setor no Ceará e estimulando investimentos como os da Stellantis em Pernambuco; fortalecimento do Padis, ampliando incentivos ao setor de semicondutores com foco no Nordeste; e criação do Plano Nacional de Datacenters, estabelecendo critérios que favorecem a instalação e a cadeia produtiva de equipamentos na região.
O secretário do Mdic fez também um alerta sobre a matriz energética brasileira: embora 90% limpa, depende fortemente do avanço da energia solar baseada em painéis totalmente importados, enquanto o setor eólico — altamente verticalizado no país — sofre queda de demanda. “Estamos financiando a desindustrialização com recursos públicos”, criticou. Para Uallace, os datacenters e a transição energética precisam estimular a produção nacional e reequilibrar cadeias produtivas.
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