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Copa do Mundo 2022: Inglaterra é a cabeça de chave do grupo B; veja rivais

A data de início da 22ª edição do torneio está marcada para 21 de novembro e a mudança para a realização da competição no fim do ano se deve ao forte calor no Catar, país sede do torneio, durante os meses de junho e julho

Marcos Paulo Lima
Danilo Queiroz
Victor Parrini
postado em 01/04/2022 13:53 / atualizado em 12/08/2022 18:17
 (crédito: Andy Rain/AFP)
(crédito: Andy Rain/AFP)

Os primeiros passos das seleções em busca do título da Copa do Mundo do Catar estão oficialmente definidos. Na tarde desta sexta-feira (1º/4), em evento realizado em Doha, capital da sede do torneio, a Fifa confirmou o chaveamento dos oito grupos do Mundial de 2022, marcado para ser disputado entre novembro e dezembro. O grupo B da competição terá como cabeça de chave a seleção da Inglaterra. O grupo terá, ainda, o Irã, os Estados Unidos e o vencedor do playoff europeu entre País de Gales e Ucrânia ou Escócia.

Confira quem é quem no Grupo B

» Inglaterra

God save the team

Há cinco anos, a Inglaterra arrematou o Mundial Sub-17 e o Mundial Sub-20. As duas conquistas mostram uma das artimanhas dos súditos da rainha Elizabeth para sair da fila de 56 anos na Copa do Qatar. O projeto da FA nas divisões de base é um dos atalhos para o sucesso. O plantel liderado pelo técnico Gareth Southgate conseguiu duas proezas recentemente. Voltou às semifinais da Copa do Mundo e decidiu o título da Euro contra a Itália, em Wembley.

Embevecida pela presença na decisão do título em casa, a torcida soltou o slogan “football is coming home” em uma referência ao retorno do esporte ao país que o inventou e tornou popular na Era Moderna. Além de jovem, o elenco é caro e badalado.

Um diferencial da Inglaterra é ter um centroavante. Poucos candidatos ao título, incluindo o Brasil, desfrutam de uma camisa 9. Harry Kane tem cheiro de gol. Há astros em todas as posições. O meio de campo conta com Grealish. Há drible e velocidade pelos lados com o Sterling. Isso sem contar laterais acima da média como Alexander Arnold, Trippier, Reece James e outros talentos espalhados na Premier League.

A Inglaterra avançou em primeiro lugar numa chave que tinha a Polônia, do atual número 1 do mundo, Lewandowski. Albânia, Hungria, Andorra e San Marino foram presas fáceis para uma seleção marcada por derrotas duríssimas recentemente. A decisão da Euro contra a Itália, por exemplo, foi na decisão por pênaltis depois de uma bela exibição com bola rolando.

Ficha técnica
Este pode ser o time (3-4-1-2)

Pickford;
Walker, Maguire e Stones;
Trippier, Rice, Phillips e Shaw;
Saka, Kane e Sterling
Técnico: Gareth Southgate (Inglaterra)

Participações e m Copas: 16
Melhor campanha: campeã (1966)
O cara: Harry Kane (Tottenham), 28 anos

» Irã

Ir além da primeira fase

O Irã chegará na Copa do Mundo de 2022 empolgado com a boa campanha realizada para se classificar para o torneio. E o status foi conquistado, exclusivamente, com base no desempenho em campo durante as Eliminatórias para o Catar. Em todas as fases da seletiva, os Guepardos avançaram com facilidade até concretizar a sexta participação na história da competição. A campanha teve apenas três derrotas em 18 partidas.

Liderada por Sardar Azmoun, do Bayer Leverkusen, a seleção iraniana vai ampliando sua marca pessoal de participações em Copas. A edição de 2022 será a terceira consecutiva. O time, porém, terá de se desvencilhar do fantasma da primeira fase. A equipe jamais conseguiu ultrapassar os grupos em uma disputa do Mundial. O time é o mais bem posicionado da Ásia no ranking da Fifa (21º).

A tendência, dessa forma, é que o domínio do Irã fique restrito apenas às Eliminatórias do continente. Em 2019, a equipe avançou até as semifinais da Copa da Ásia, com uma boa campanha nos grupos interrompida por uma derrota, por 3 x 0, para o Japão.

Ficha técnica
Este pode ser o time (4-1-4-1)

Beiranvand;
Moharrami, Hossein Kanaani, Hosseini e Noorafkan;
Saeid Ezatolahi
Allahyar Sayyad, Ali Gholizadeh, Nourollahi e Jahanbakhsh;
Sardar Azmoun.
Técnico: Dragan Skoi (Croácia)

Participações em Copas: 6
Melhor campanha: primeira fase (1978, 1998, 2006, 2014, 2018 e 2022)
O cara: Sardar Azmoun (Bayer Leverkusen), 27 anos

» Estados Unidos

Renovação e talentos “europeus” são as esperanças

Potência nos esportes olímpicos, os Estados Unidos retornam a uma disputa de Copa do Mundo com a missão de conquistar resultados melhores e ganhar espaço no cenário internacional. Após ficar de fora do Mundial na Rússia, em 2018, os norte-americanos apostam as fichas na nova safra de talentos.

Comandado pelo técnico Gregg Berhalter, os estadunidenses carimbaram o passaporte para o Catar com a 3ª colocação das Eliminatórias da Concacaf. Com sete vitórias, quatro empates e três derrotas, fizeram uma campanha regular, com 59,5% de aproveitamento. O principal nome americano na qualificatória foi o atacante Christian Pulisic, campeão da Liga dos Campeões e do Mundial de Clubes da Fifa pelo Chelsea. O craque anotou cinco gols em 10 jogos.

Além do camisa 10, os Estados Unidos contam com outras promessas que estarão no Catar. Aos 19 anos, o meia Giovanni Reyna, do Borussia Dortmund, é um dos destaques do renovado elenco comandado por Berhalter. Retornando ao palco mundial, os norte-americanos esperam dar trabalho na fase de grupos e, quem sabe, abocanhar, pelo menos, a classificação às oitavas de final, repetindo a duas últimas participações (Brasil, em 2014 e África, em 2010)

Ficha técnica
Este pode ser o time (4-3-3)
Zack Steffen;
Shaq Moore, Zimmerman, Antonee Robinson e Miles Robinson;
Tyler Adams, Yunus Musah e Luca de la Torre;
Paul Arriola, Pulisic e Jesús Ferreira.
Técnico: Gregg Berhalter (Estados Unidos)

Participações em Copas: 8
Melhor campanha: terceiro lugar (1930)
O cara: Christian Pulisic (Chelsea), 26 anos

» Vencedor do playoff europeu

» País de Gales

São 64 anos de abstinência

O país de Gareth Bale não disputa a Copa do Mundo desde 1958. Lá se vão 64 anos. O fim do tabu ainda depende do sucesso na repescagem. A seleção aguarda pelo desfecho do duelo entre Escócia e Ucrânia. A partida está atrasada devido aos ataques da Rússia ao vizinho do Leste Europeu. Portanto, Bale e companhia só saberão se colocarão ponto final na abstinência em junho, quando os últimos três classificados serão definidos.

A volta do País de Gales ao centro das discussões no futebol mundial tem tudo a ver com Gareth Bale. O ídolo do Tottenham e do Real Madrid vai mal no time merengue, entre tapas e beijos com o clube, o técnico Carlo Ancelotti e a torcida da equipe espanhola, mas se transforma quando veste a camisa da seleção de seu país. Colocou a bola debaixo do braço e foi decisivo, por exemplo, na primeira repescagem diante da Áustria. Marcou os dois gols da classificação para a próxima fase do “mata”.

Em 2016, Gales surpreendeu o mundo da bola ao chegar às semifinais da Eurocopa. Só não disputou o título porque, no meio do caminho, havia Portugal, do ex-companheiro de Cristiano Ronaldo, ex-companheiro dele no Real Madrid. Os lusitanos avançaram à final contra a França e conquistaram o título. Superado com sobra pela Bélgica nas Eliminatórias, o País de Gales brigou com a República Tcheca pelo segundo lugar.

Ficha técnica
Este pode ser o time (3-1-4-2)

Hennessey;
Davies, Rodon e Ampadu;
Allen;
Roberts, Wilson, Ramsey e Williams;
Bale e James.
Técnico: Rob Page (País de Gales)

Participações em Copas: 2
Melhor campanha: sexto lugar (1958)
O cara: Gareth Bale (Real Madrid), 32 anos

» Escócia

Escócia mira retorno após 24 anos longe da Copa

Longe da Copa do Mundo desde a edição de 1998, na França, a Escócia jogará, em 10 de junho, o bilhete premiado valendo o embarque para o Mundial do Catar. O último passo para avançar ou não será dado diante da fragilizada Ucraniana que, há 37 dias, sofre com a guerra e a invasão russa no país.

O ciclo pré-Copa do esquadrão escocês é visto com bons olhos. Na fase de grupos das Eliminatórias da Europa, o país fez 23 dos 30 pontos possíveis. O otimismo é tanto que, pela pontuação obtida, a Escócia avançaria em primeiro em cinco dos outros nove grupos da qualificatória do Velho Continente.

A trupe escocesa é comandada, desde 2019, pelo técnico Steve Clarke. O dono da prancheta tem passagens, como auxiliar, pelos gigantes da Inglaterra, Chelsea e Liverpool, além dos tradicionais West Ham, Aston Villa, West Bromwich e Reading.

Em campo, os maiores destaques atuam na liga inglesa. Lateral-esquerdo de origem, o experiente Andrew Robertson, campeão inglÊs, europeu e mundial pelo Liverpool é o dono da posição e um dos líderes em campo. Ele conta com a concorrência de Kieran Tierney, defensor do Arsenal. À frente da zaga, o volante Scott McTominay, do Manchester United, é o cão-de-guarda.

Ficha técnica
Este pode ser o time (3-6-1)
David Marshall;
Jack Hendry, Granty Hanley e Kieran Tierney;
O'Donnell McTominay, Christie, McGinn, Armstrong e Andrew Robertson;
Lyndon Dykes
Técnico: Steve Clarke.

Participações em Copas: 8
Melhor campanha: fase de grupos
O cara: Andrew Robertson (Liverpool), 28 anos

» Ucrânia

Decisões em meio à guerra

A guerra gerada pela invasão da Rússia à Ucrânia também gerou diversos impactos no futebol. Além da paralisação do esporte no país do Leste Europeu, os jogos da seleção ucraniana na repescagem europeia também foi adiado. Com isso, a equipe lutará pela segunda participação em uma Copa do Mundo somente em junho. A primeira missão será superar a Escócia para, depois, ter o direito de medir forças com País de Gales.

Com os impactos humanitários do conflito, a seleção está cercada de incertezas. O técnico Oleksandr Petrakov afirmou não conseguir pensar no esporte enquanto a guerra estiver em andamento. Na lista da última convocação ucraniana, 21 dos 33 jogadores chamados atuam no futebol local. Com isso, tiveram a carreira interrompida pelo ataque promovido aos vizinhos e ainda podem ser convocados pelo Exército.

Além de conviver com tantas incertezas, a Ucrânia também realizou uma campanha irregular nas Eliminatórias. Foram somente duas vitórias em oito jogos, mas o suficiente para desbancar Finlândia, Bósnia e Cazaquistão para ir à repescagem. Na última Eurocopa, o país não foi além das quartas de final, quando foi eliminado pela Inglaterra com goleada por 4 x 0.

Ficha técnica
Este pode ser o time (3-5-2)
Bushchan;
Zabarnyi, Kryvtsov e Matvienko;
Karavaev, Sydorchuk, Shaparenko, Zinchenko e Mykolenko;
Yarmolenko e Yaremchuk.
Técnico: Oleksandr Petrakov (Ucrânia)

Participações em Copas: 1
Melhor campanha: quartas de final (Quartas)
O cara: Yaremchuk (Benfica), 26 anos

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