SORTEIO

Copa do Mundo 2022: Espanha é cabeça de chave do grupo E; veja rivais

O grupo da Espanha também tem Alemanha, Japão e mais uma seleção da repescagem: Costa Rica ou Nova Zelândia

Marcos Paulo Lima
Danilo Queiroz
Victor Parrini
postado em 01/04/2022 13:52 / atualizado em 12/08/2022 18:17
 (crédito: Jose Manuel Vidal/AFP)
(crédito: Jose Manuel Vidal/AFP)

Os primeiros passos das seleções em busca do título da Copa do Mundo do Catar começam a ser definidos. Na tarde desta sexta-feira (1º/4), em evento realizado em Doha, capital da sede do torneio, a Fifa realiza o chaveamento dos oito grupos do Mundial de 2022, marcado para ser disputado entre novembro e dezembro. A Espanha é a cabeça de chave do grupo E, que também tem Alemanha, Japão e mais uma seleção da repescagem: Costa Rica ou Nova Zelândia. A data de início da 22ª edição do torneio está marcada para 21 de novembro.

Quem é quem no Grupo E

»Espanha

Jovem e mais furiosa

Eliminada nos pênaltis pela anfitriã Rússia nas oitavas de final da Copa do Mundo de 2018, a Espanha reativa o sonho do bi guiado pelo ousado trabalho de renovação comandado pelo técnico Luis Enrique. Campeão da Champions League à frente do Barcelona na temporada de 2014/2015 contra a Juventus, o treinador propôs um trabalho arriscado na última Eurocopa.

Ao investir em jovens talentos como o meia Pedri, de 19 anos, no centroavante Ferran Torres (22), no zagueiro Eric Garcia (21), no meia Dani Olmo (23) e no goleiro Unai Simón (24), descartando o experiente De Gea, o treinador deixou o país em pânico na competição continental. Aos poucos, porém, conquistou a confiança da exigente torcida e alcançou as semifinais da Euro. Passou por Croácia e Suíça no mata-mata e foi eliminada nos pênaltis contra a campeã Itália depois de um jogo duríssimo no tempo normal e na prorrogação. O vice na Liga das Nações em uma decisão polêmica contra a França também foi uma prova de força.

A juventude e o trabalho organizado liderado por Luis Enrique tornam a Espanha uma das favoritas ao título depois de uma classificação confortável em uma chave na qual tinha como concorrentes Suécia, Grécia, Geórgia e o debutante Kosovo. O país terminou em primeiro lugar com 19 pontos, quatro à frente dos suecos, e espantou qualquer risco de zebra.

Ficha técnica
Este pode ser o time (4-3-3)

Simón;
Azpilicueta, García, Laporte e Alba;
Koke, Busquets e Soler;
Ferran Torres, Morata e Rodrigo Moreno
Técnico: Luis Enrique (Espanha)

Participações em Copas: 16
Melhor campanha: campeã (2010)
O cara: Ferran Torres (Barcelona), 22 anos

 

»Alemanha

Depois do vexame, a reconstrução

Indignada com a eliminação na fase de grupos na Copa do Mundo da Rússia, em 2018, e a queda precoce na Euro-2020 contra a Inglaterra, nas oitavas de final, a Alemanha encerrou o ciclo vitorioso do técnico Joachim Löw e desembarca no Qatar com técnico novo. Hansi Flick era auxiliar de Löw na conquista do tetra, em 2014, contra a Argentina, no Brasil. A missão dele é curar o trauma da queda precoce de quatro anos atrás em uma chave que tinha Suécia, México e Coreia do Sul. Os germânicos conseguiram ficar em último lugar.

Aos 57 anos, Hansi Flick assumiu o cargo com o status de quem levou o Bayern de Munique a ganhar quase tudo nas temporadas de 2019/2020 e 2020/2021, entre eles, uma Champions League contra o Paris Saint-Germain, um Mundial de Clubes da Fifa e duas edições da Bundesliga, o Campeonato Alemão. Portanto, currículo ele tem de sobra.

Material humano também. Ou você acha ruim ter na zaga o excelente Antonio Rüdiger? A braçadeira de capitão costuma ficar no braço do experiente Manuel Neuer. O meio de campo conta com os excelentes Kimmich e Gündogan. Na frente, há opções como Sané, Timo Werner e Thomas Müller, que deve ir ao Mundial para quebrar recordes. Ele está a seis gols do compatriota Miroslav Klose, maior artilheiro da história da Copa com 16 gols.

Apesar de derrotas para a Geórgia e a Macedônia do Norte, a classificação da Alemanha para a Copa foi com o pé nas costas. O país foi o primeiro a carimbar passaporte em campo, ou seja, depois do anfitrião Qatar, e fortalece a confiança no início do novo trabalho.

Ficha técnica
Este pode ser o time (4-2-3-1)

Neuer;
Kehrer, Rüdiger, Schlotterbeck e Raum;
Kimmich e Gündogan;
Thomas Müller, Havertz e Mané;
Werner
Técnico: Fernando Santos (Portugal)

Participações em Copas: 20
Melhor campanha: campeã (1954, 1974, 1990 e 2014)
O cara: Thomas Müller (Bayern de Munique), 32 anos

 

»Japão

Sonho de ir mais longe

Após chegar nas oitavas de final da Copa do Mundo de 2018 e repetir pela terceira vez o melhor desempenho na competição, o Japão chega ao Catar com status consolidado de força do continente asiático. O passeio nas Eliminatórias — com apenas uma derrota em 18 jogos — deu sinais de soberania nipônica sobre os vizinhos. Falta, porém, consolidar o feito internacionalmente.

A campanha de 2018 deixou o país animado com o que pode vir em 2022. Na ocasião, passou certo sufoco para avançar em segundo no grupo equilibrado com Colômbia, Senegal e Polônia. Entretanto, nas oitavas de final, a seleção deu bastante trabalho para a forte Bélgica e foi eliminada apenas com um gol nos acréscimos do segundo tempo. A ideia é fazer ainda melhor.

O vice-campeonato da Copa da Ásia para o Catar, anfitrião da disputa do fim do ano, ficou no passado. Liderado pelo ex-volante Hajime Moriyasu durante os quatro anos do ciclo da Copa, o Japão conserva a expectativa de ter consolidado um elenco competitivo para ir além das oitavas de final e sacramentar uma nova melhor campanha do país na história dos Mundiais da Fifa.

Ficha técnica
Este pode ser o time (4-4-2)

Shuichi Gonda;
Miki Yamane, Maya Yoshida, Ko Itakura e Yuto Nagatomo;
Wataru Endo;
Junya Ito, Ao Tanaka e Takumi Minamino;
Yuya Osako e Takuma Asano
Técnico: Hajime Moriyasu (Japão)

 

»Repescagem

»Costa Rica

Sete jogos de invencibilidade

Sensação da Copa do Mundo de 2014, no Brasil, a Costa Rica ainda não está com vaga garantida para a fase de grupos do Mundial no Catar. Quarta colocada nas qualificatórias na América do Norte, o país ainda terá de passar pela repescagem, contra a Nova Zelândia, em junho.

Os costa-riquenhos garantiram a sobrevida após vitória por 2 x 0 sobre o Estados Unidos, na última rodada das qualificatórias da Concacaf. A caminhada da seleção rumo a repescagem foi semelhante a dos norte-americanos, com os mesmos 25 pontos e 59,5% de aproveitamento. Porém, o saldo de gols foi o critério de desempate, funcionando a favor dos estadunidenses.

Para se garantir de vez na Copa do Mundo do Catar, a Costa Rica coloca as esperanças sobre o experiente goleiro Keylor Navas. Companheiro de Messi, Neymar e Mbappé no Paris Saint-Germain, ele é o principal jogador do elenco comandado pelo colombiano Luis Fernando Suárez.

Empolgada, desde 12 de novembro de 2021 a Costa Rica não sabe o que é perder. A última vez foi para o Canadá, pela 7ª rodada das Eliminatórias. De lá para cá, foram seis vitórias e um empate. Se superar a Nova Zelândia na repescagem, a Costa Rica chegará à 6ª participação em Copas do Mundo, conquistando a 3ª classificação consecutiva.

»Nova Zelândia

Tentando trocar as mãos pelos pés

O sucesso da Nova Zelândia no rugby está longe de se repetir no futebol. O país até tenta trocar as mãos tricampeãs do mundo pelos pés na Copa, mas nem mesmo a saída da Austrália das Eliminatórias do continente para competir na Ásia facilita a vida da seleção. Depois de desbancar as Ilhas Salomão por 5 x 0, a seleção terá de encarar a Costa Rica, em junho, na repescagem, para disputar o torneio pela terceira vez.

A Nova Zelândia esteve no Mundial pela primeira vez em 1982. As bolinhas colocaram o país no grupo daquele Brasil, de Telê Santana, União Soviética e Escócia. Na última participação, em 2010, o sorteio também foi desumano ao colocá-lo contra Paraguai, Eslováquia e Itália. Ainda assim, acredite, o país ficou em terceiro, à frente da Squadra Azzurra. Arrancou empate por 1 x 1 na fase de grupos contra os tetracampeões.

A seleção comandada pelo ex-zagueiro neozelandês Danny Hay tem jogadores em ligas de ponta da Europa. Chris Wood defende o Newcastle na Premier League. Matthew Garbett veste a camisa do Torino na Serie A, o Campeonato Italiano. Pentacampeã da Oceania, a Nova Zelândia também paga micos. Em 2012, não chegou à final da Copa da Oceania, a disputa pelo título ficou entre o campeão Taiti e a vice, Nova Caledônia.

Ficha técnica
Este pode ser o time (4-5-1)

Marinovic;
Payne, Smith, Pijnaker e de Vries;
Tuiloma, Rogerson, Beili, Stamenic e Greive;
Crhis Wood
Técnico: Danny Hay (Nova Zelândia)

Participações em Copas: 2
Melhor campanha: 22º lugar (2010)
O cara: Chris Wood (Newcastle), 30 anos

 

 

 

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