FUTEBOL

Trégua ou mágoa? Torcida do Botafogo se divide no início do ano

Torcida não abandona. Mas conta com visões diferente em relação a passado/presente

Torcida não abandona. Mas conta com visões diferente em relação a passado/presente  -  (crédito: Foto: Vitor Silva/Botafogo)
Torcida não abandona. Mas conta com visões diferente em relação a passado/presente - (crédito: Foto: Vitor Silva/Botafogo)

A estreia do Botafogo no Campeonato Carioca, na última quarta-feira (17), no Estádio Nilton Santos, mostrou uma torcida dividida. O racha se estendeu às redes sociais e aos canais da Mídia Independente, em debates acalorados. O momento é de virar a página ou ainda faz-se necessário remoer as feridas de 2023? As duas correntes estão longe de uma sintonia. A tendência é que esta mesma cisão, entre apoio e impaciência, norteie o ambiente do Colosso do Subúrbio, neste sábado (20), contra o Bangu, na sequência do Estadual.

No Engenho de Dentro, durante a vitória sobre o Madureira por 1 a 0, parte de público vaiou o volante Freitas e o lateral-esquerdo Marçal quando os dois pegavam na bola. No início do jogo, uma faixa pediu a saída da dupla e outra detonou a SAF do clube. Em seguida, a polícia censurou as manifestações. Mas os apupos das tribunas não cessaram.

Entenda as ideologias em disputa na torcida do Botafogo

Com pavio curto e desconfiados com os seis novos reforços, estes alvinegros sustentam que o Glorioso ainda está no clima de 2023, pregam uma reformulação ainda mais drástica no plantel e escoram as mágoas no time que estiver em campo. Além disso, os entusiastas reafirmam que as vaias são inegociáveis neste momento. A fração mais radical da disputa é categórica ao insistir que o Botafogo protagonizou o maior vexame de todos os tempos ao perder o título brasileiro, após estar 14 pontos à frente do segundo colocado.

Por outro lado, há a turma da “página virada”. Esta outra corrente entende que as vaias deixam o ambiente insustentável para a equipe performar em campo, principalmente em ano de Copa Libertadores. A pressão, na visão deste pessoal, resultaria em um efeito dominó para o Botafogo nesta temporada. Os bastiões desta ala mais conservadora pedem críticas centralizadas em 2024, como contratações, escalações e desempenho dos atletas nas quatro linhas.

O chamado “botafoguismo” rachou. Como em diversas vezes ao longo da história. Com uma responsabilidade mastodôntica de conduzir este barco, o técnico Tiago Nunes tem lado, mas se equilibra nas cordas para não afundá-lo de vez.

“Temos dois caminhos. Podemos viver do passado e ficar remoendo ou podemos aprender, ganhar experiência e ser melhores neste ano. Não só em resultado, mas em maturidade para lidar com adversidades. Me parece muito natural por parte do torcedor que leva a insatisfação no coração. Quem vaia, em geral, vaia o próprio clube. Existe uma relação muito próxima entre o amor e o ódio. Mesmo a vaia sendo uma demonstração de paixão”, pontuou.


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Jogada10
postado em 20/01/2024 08:23 / atualizado em 20/01/2024 08:27
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