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Artilheiro de Brasileirão, Washington detalha trabalho na APFUT

Presidente da Autoridade Pública de Governança do Futebol mostra otimismo com o futuro financeiro dos clubes brasileiros por meio do programa Profut

Ex-jogador, Washington deseja que clubes do futebol nacional se reestruturem e gerem maior competitividade -  (crédito:  Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
Ex-jogador, Washington deseja que clubes do futebol nacional se reestruturem e gerem maior competitividade - (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

Em clima de estreia do Fluminense na Copa do Mundo de Clubes da Fifa, o programa CB Poder — parceria entre Correio e TV Brasília — recebeu um dos grandes ídolos do tricolor. Centroavante finalista da Libertadores pelo clube em 2008 e campeão da Série A do Brasileirão em 2010, o brasiliense comentou sobre a atuação em nova posição fora das quatro linhas, a de presidente da Autoridade Pública de Governança do Futebol do Governo Federal (APFUT).

À frente da APFUT há mais de um ano, Washington detalha como funciona o Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro, o Profut. "A Autoridade Pública do Futebol tem um programa que se chama Profut. Criado em 2015, serve para que os clubes que devem à União os impostos federais. O Profut é como se fosse um REFIS da pessoa física. O clube deve um valor exato, e ele pode parcelar essa dívida em várias vezes e pagar para não afetar a sua parte econômica e financeira", explica.

"Atualmente, são 34. O máximo que teve foi 106 clubes, aproximadamente. Alguns já pagaram, outros não conseguiram, saíram do Profut e foram excluídos. Eu falei dos credores, porque os clubes pedem, vamos dizer assim, o valor emprestado para a Caixa Econômica, para o Banco Central, para a Receita Federal ou à PGR, que aí já faz parte do Ministério da Fazenda", emenda Washington.

Questionado sobre como convencer diretorias a reverem administração para sanar problemas, o ex-atacante destaca o poder do diálogo e como isso pode influenciar na discussão do Fair Play Financeiro no país. "O que a gente pode ter é uma conversa com os clubes que aderirem ao Profut. Os que não aderiram, a gente não tem relação. Ou seja, a gente não pode negociar. Agora, existe uma conversa no futuro, que talvez a Profut esteja nessa discussão sobre o Fair Play financeiro. Aí nos envolvemos com a CBF e com todos os clubes. Estamos numa conversa com o Ministério da Fazenda para que se abra uma nova janela, porque tem muitos clubes que querem adentrar."

O Coração Valente enxerga ser necessário abrir nova janela para clubes entrarem no programa e atualizar os termos para dar oportunidade às Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs). "Tem muitas que, em 2015, eram associações. Precisamos dar uma atualizada, ajustar o programa para que os clubes SAF também entrem e absorvam o Profut."

O artilheiro do Brasileirão de 2004, com 34 gols, salienta que o Profut não tem participação da CBF. "É um programa governamental. A CBF não está nesta discussão. Claro que nós, entrando na discussão Fair Play financeiro, que é muito importante o governo estar presente nessa discussão, aí sim vai envolver a CBF", justifica.

Washington lamenta as situações administrativas de alguns clubes e da CBF. "As pessoas podem pensar que não, mas uma boa gestão reflete em campo. Estamos há 24 anos sem ganhar títulos, o nosso último foi em 2002, do qual quase participei, fui até os últimos amistosos. A CBF está passando por essa turbulência desde aquela época, com presidentes saindo e sendo afastados", queixa-se.

"Estamos com esperança de que o novo presidente consiga ajustar a situação e tenha pessoas competentes para ajudá-lo. Há muitos atletas preparados, com conhecimento fora de campo e que reconhecem o que acontece dentro", defende.

*Estagiária sob a supervisão de Victor Parrini 

postado em 17/06/2025 06:00
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