Futebol Internacional

Em noite faraônica, Abou Ali faz três gols, mas Al Ahly cede empate ao Porto

Centroavante egípcio faz o "terno" em noite de gala no MetLife Stadium, entra para a lista dos artilheiros da Copa do Mundo de Clubes, mas brasileiros comandam a reação do Porto em um jogaço entre eliminados

New Jersey — Se pudéssemos escolher um filme como título do jogo de despedida de Porto e Al Ahly da Copa do Mundo de Clubes da Fifa, a película eleita seria uma das antigas estrelada por Bruce Lee: Retroceder nunca, render-se jamais. A missão de avançar às oitavas de final era quase impossível no longa desta segunda-feir no MetLife Stadium, mas o time português e o egípcio não queriam dizer adeus em um jogaço de oito gols: 4 x 4. 

E daí que Inter Miami e Palmeiras disputavam o primeiro lugar do Grupo A lá em Miami? A ordem era divertir o público predominamente vermelho na arena. A atmosfera indicava a quem chegasse ao estádio com os olhos vendados que o palco da partida era o Estádio Mokhtar El-Tetsh, no Cairo. Pilhada do início ao fim, a torcida só faltou colocar o Al Ahly no colo e gritar o mantra atleticano "eu acredito".

A trocação começou aos 14 minutos do primeiro tempo. Abou Ali, auto de um gol contra a favor do Palmeiras na segunda rodada, abriu o placar depois de uma roubada de bola de Fathy e concluiu no cantoo do goleiro Cláudio Ramos. A comemoração, sem exagero, teve direito a sinalizador e fumaça vermelha. A segurança deixou passar o artefato.

Os dois times davam de ombros para o andamento do jogo no Hard Rock Stadium, em Miami. Uma das revelações do torneio, o lusitano de de 18 anos Rodrigo Mora mais uma vez comeu a bola. Depois de arrebentar contra o Palmeiras, balançou a rede driblando o goleiro e acertando o ângulo do Al Ahly para desativar a tecla "mute" dos portistas.

Os decibéis da torcida do Al Ahly foram ouvidos do outro lado do Rio Hudson, em Nova York, quando Abou Ali recolocou os egípcios na frente ao coveter cobrança de pênalti. O próprio Abou Ali havia sido derrubado por Fábio Vieira dentro da área.

A animação do primeiro tempo duplicou na etapa final. Caricatura daquele tiimaço bicampeão da Champions League em 1987 e em 2004, o Porto igualou o placar com William Gomes. O jogador revelado pelo São Paulo dominou a bola dozinho e colocou-a no cantinho do goleiro El Shenawy para despertar os dispersos adeptos do Porto.

O Al Ahly era duro na queda e retormou as rédeas do jogo com o terceiro gol de Abou Ali no confronto. O repertório vasto de finalizações deu lugar a um cabeceio letal no canto do goleiro Cláudio Ramos. A fumaça vermelha subiu novamente atrás da meta do Porto.

Lembra do nome do filme escolhido para a crônica? O Al Ahly não retrocedia e o Porto não se rendia jamais. Samu Aghehowa deu o troco aos sete minutos. Fábio Vieria cobrou escanteio e o centroavante devolveu na mesma moeda, de cabeça, no canto esquerdo de El Shenawy. O placar estava novamente empatado no MetLife, agora, por 3 x 3.

Quando o Porto ensaiva mumificar o Al Ahly, o time da terra dos faraós ressuscitava. Aos 18, foi a vez de Ben Ramdhanel ser acionado livre para finalizar no cantinho de Cláudio Ramos e protagonizar um golaço na Copa do Mundo de Clubes.

Somente a pausa para hidratação na noite de 31 graus celsius em New Jersey foi capaz de frear o ritmo alucinante da partida. A trocação continuou depois de os dois times encherem o tanque de água. O Porto desperdiçou uma oportunidade. O Al Ahly empilhou desperdícios e pagou caro pela falta de zelo. O brasileiro Pepê partiu com a bola dominada e castigou o Al Ahly com o gol de empate: 4 x 4 em um jogo insano!

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