FUTEBOL FEMININO

Gabi Arcanjo sonha em recolocar o Minas Brasília na Série A1

Rebaixada com a equipe na edição de 2021 da elite feminina do Brasil, meia-campista pode ajudar a devolver a instituição à primeira prateleira, em caso de vitória contra o Fortaleza, neste domingo (6/7)

Gabi crê no retorno do Minas ao topo do futebol feminino do Brasil -  (crédito: Patricy Albuquerque/Minas Brasília)
Gabi crê no retorno do Minas ao topo do futebol feminino do Brasil - (crédito: Patricy Albuquerque/Minas Brasília)

Há quatro temporadas com o desejo de retornar à elite do futebol feminino, o Minas Brasília entrará em campo com o desafio de virar a eliminatória de acesso contra o Fortaleza e mudar o futuro do clube na próxima temporada. Entre tantas peças para tornar realidade a ambição, Gabi Arcanjo relembra o momento difícil vivido na temporada na qual a equipe brasiliense caiu para segunda divisão. Agora, cinco anos depois, compartilhou ao Correio o sonho de voltar a figurar entre as melhores do país antes de, quem sabe, aposentar as chuteiras. O time candango entra em campo neste domingo (6/7), às 15h, no Estádio Presidente Vargas, no Ceará, precisando ganhar do tricolor.

Para o acesso acontecer, o time candango precisa vencer o Fortaleza por dois gols ou mais. Caso o Minas Brasília ganhe no tempo regulamentar por um de margem, a decisão seguirá às penalidades máximas. No jogo de ida, realizado no Estádio Bezerrão, as visitantes triunfaram por 2 x 1, construindo a vantagem do confronto e a levando para a partida em casa. Neste ano, a Série A2 promove quatro equipes para o Brasileirão Feminino, ou seja, as equipes que vencerem nesta fase garantem a ascensão. A elite rebaixa dois. O modelo segue no próximo ano para a primeira divisão ter 20 participantes em 2027. 

No sonho do Minas, Gabi Arcanjo conhece bem os altos e baixos. A jogadora mineira iniciou a carreira no Rio Preto, em 2013, no interior de São Paulo, e ficou até 2017 defendendo as cores do clube. Passou por times, como Napoli-SC, América-MG e Ferroviária até chegar ao quadradinho, em 2020, para atuar no Minas Brasília. No Distrito Federal, disputou a Série A1 no mesmo ano e no seguinte, quando o clube foi rebaixado. Na época, Arcanjo não pôde ajudar a equipe na luta para a permanência. A lateral-direita estava machucada, impossibilitada de jogar as três partidas finais.

O destino acabou separando Gabi e o Minas. A jogadora retornou para o estado natal, ao receber o convite para atuar com a camisa do Cruzeiro, e passou a temporada de 2022 com as Cabulosas. No ano seguinte, foi para o rival Atlético-MG e participou da volta do alvinegro à primeira divisão nacional. Finalmente, em 2024, voltou a Brasília. Desta vez, encontrou um clube diferente, com mais investimento e, principalmente, dentro de campo, com a comandante Kathleen Azevedo.

"É um trabalho muito diferente de todos que eu já passei", afirmou, sobre o estilo da treinadora. "A gente está percebendo que a cada ano o futebol feminino cresce de uma maneira até assustadora. Todo o mundo evolui muito rápido, aprende muito rápido. É um jogo muito mais intenso. Acho que tive isso só no começo, lá no Rio Preto. Então, eu acho que o Minas acertou em mudar completamente o estilo. Esses anos todos a gente tinha um plano de jogo diferente desse e nós não conseguimos o acesso", analisou.

Mesmo fora da equipe, Arcanjo disse sempre acompanhar e torcer para o Minas Brasília retornar à Série A1. A tentativa atual deve ser uma das últimas aventuras da jogadora. Aos 38 anos, ela vê o fim nos gramados com proximidade. Por que não encerrar com chave de ouro? "Talvez, Deus esteja preparando algo melhor para esse ano, com a minha volta, não sei. É um sonho que eu tenho de voltar com o Minas para a Série A. Eu já estou quase para parar de jogar. Então, um dos sonhos que eu tenho, se eu for parar já, é que o Minas esteja na Série A. Nós estamos tentando mais uma vez", desejou.

Apesar da missão complexa contra o Fortaleza, Gabi não joga a toalha. "Nós só vamos desistir mesmo quando o juiz optar pela última vez", assentiu ao projetar o confronto de volta. "Nós pecamos em pequenos detalhes e, nesses jogos de mata-mata, não pode errar. Então, estamos bem focadas para não errar neste duelo, porque depois não vai ter outra chance. Acho que esse é o principal desse último jogo. É o foco para tentar fazer o jogo o mais perfeito possível. Vamos lutar. Sabemos que está difícil. Fortaleza é uma equipe que dispensa qualquer tipo de adjetivo. Mas a gente não tem outra coisa a não ser lutar até o final. E é isso que a gente vai fazer. Lutar até onde der", discursou.

*Estagiária sob a supervisão de Danilo Queiroz

postado em 06/07/2025 06:00
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