
Julia Kudiess foi eleita a revelação da Superliga Feminina de Vôlei pelo Minas e melhor jogadora do Campeonato Sul-Americano de Clubes em 2024. Fez falta à Seleção Brasileira na campanha de bronze nos Jogos Olímpicos de Paris, devido a uma lesão grave. Mexeu com a cabeça do técnico José Roberto Guimarães. O dono da prancheta não via a hora de reintegrá-la ao grupo na Liga das Nações (VNL), o primeiro compromisso no ciclo rumo a Los Angeles-2028. A "ansiedade" do treinador é justificável. Depois de 10 jogos no torneio, a brasiliense de 22 anos assumiu o protagonismo. Melhor bloqueadora da competição, a camisa 8 ensaia subir o paredão contra a Polônia, às 7h20.
Jogando em uma posição na qual a Seleção se acostumou a ter a bicampeã olímpica Thaisa, Julia não sente a pressão. É única brasileira a liderar pelo menos um dos sete fundamentos da VNL. Dados da plataforma da competição apontam 44 pontos de bloqueio na conta da gigante de 1,92m de altura — quatro a mais em relação à sérvia Hena Kurtagic e 18 à frente da chinesa Yuanyuan Wang.
A brasiliense tem uma média de 4,40 bloqueios por partida. Pode parecer pouco, mas as intervenções costumam mudar rumos de partidas. A vitória no tie-break sobre a França, por 3 sets a 2, na madrugada de quarta para quinta, comprova isso. Dos 82 pontos marcados pelo Brasil na partida, 17 foram anotados por Julia, seis de bloqueio. Ao lado de Diana — 14 bolas no chão, nove de interceptações —, fechou a porta e manteve a invencibilidade da companhia orquestrada por Zé Roberto Guimarães.
- Leia também: Felipe Gustavo celebra primeiro SLS Brasília
- Leia também: Brasiliense é o caçula dos saltos no Mundial
Em março, três meses antes da estreia na VNL, o treinador da Seleção Brasileira destacou ao Correio como gostaria de contar com a Julia na busca pelo título inédito. "Seria bom para o desenvolvimento dela. Ela ainda não está 100% (voltava de lesão). A gente viu e está vendo, mas ela tem trabalhado. É uma menina com uma cabeça incrível. Temos uma perspectiva de futuro para ela muito grande", compartilhou o único técnico tricampeão olímpico do país.
Mas nem tudo são flores para o técnico que está à frente da Seleção há 22 anos. A dois jogos do fim da primeira fase, Zé Roberto foi informado da lesão da ponteira Ana Cristina. A ponteira de 21 anos passou por exame que detectou problema no menisco medial. Maior pontuadora do Brasil e quarta principal da VNL (167), a carioca perderá o fim da etapa do Japão e será avaliada para o mata-mata.
Sem Ana Cristina, o treinador promoveu duas mudanças na lista com as 14 relacionadas para o duelo de desta sexta-feira. Estarão à disposição as opostas Jheovana e Kisy, enquanto a central Luzia fica de fora.
A Polônia exige atenção máxima da Seleção Brasileira. O adversário conta com Martyna Lukasik, terceiro melhor sacadora desta edição da VNL, com 14 pontos, e se apega ao fato de ter derrotado o Brasil na decisão pelo terceiro lugar na temporada passada.
Depois do duelo contra as polonesas, o Brasil direciona as atenções para o confronto diante do Japão, no domingo, às 7h20. Além da vitória sobre a França, nesta etapa, a equipe verde-amarela bateu a Bulgária por 3 sets a 0 na quarta-feira e garantiu antecipadamente a classificação para as quartas de final. As fases mais agudas do torneio serão disputadas em Lodz, na Polônia.
Esportes
Esportes
Esportes